Mais um caso de assédio contra jornalistas brasileiras foi registrado neste domingo (24), na Copa do Mundo. A repórter Júlia Guimarães, da TV Globo, se preparava pra fazer uma entrada ao vivo no programa Esporte Espetacular, antes do jogo entre Japão e Senegal, em Ecaterimburgo, na Rússia, quando um torcedor russo tentou beijá-la.
Logo após confirmar ao cinegrafista que estava pronta para a gravação, um torcedor invade a filmagem e tenta beijá-la. Júlia percebe e esquiva-se, dizendo, em inglês:
— Não faça isso, nunca mais faça isso, OK? Eu não permito que você faça isso. Nunca. OK? Isso não é educado, não é certo. Nunca faça isso para uma mulher. Respeite!
Em entrevista ao site Globo Esporte, ela revelou que essa foi a segunda vez em que a jornalista sofre um caso de assédio na cobertura da Copa do Mundo.
— Estou vivendo isso muito aqui na Rússia, desde olhares agressivos até cantadas em russo, que obviamente eu não entendo, mas sinto. E é a segunda vez que acontece algo físico, de um cara tentar me beijar. Na primeira vez, foi antes do jogo entre Egito e Uruguai, e eu acho que era russo. Agora com certeza era russo. É horrível. Eu me sinto indefesa, vulnerável. Desta vez eu dei uma resposta, mas é triste, as pessoas não entendem. Eu queria entender por que a pessoa acha que tem direito de fazer isso — desabafou Júlia.
Passado o susto, ela entrou ao vivo no programa falando sobre o clima do jogo entre Senegal e Panamá. Torcedores brasileiros já protagonizaram pelo menos três casos semelhantes contra jornalistas mulheres, cujos vídeos viralizaram nas redes sociais. Um deles é alvo do Ministério Público de Santa Catarina (MP), que pediu a investigação de um policial identificado no vídeo.