Boavista e Inter estrearam na Copa do Brasil jogando em Cascavel-PR, em vez de atuar em Saquarema, a casa do clube carioca. Na Copa do Brasil sempre foi permitido a empresários que "comprassem" a partida a fim de mudá-la de local. Em Saquarema, o estádio comporta um máximo de 10 mil torcedores. No Olímpico de Cascavel, onde será a partida dessa quarta-feira, são 26 mil lugares.
Se na Copa do Brasil é fato comum se vender o mando de campo - no ano passado o Inter enfrentou o Princesa do Solimões, do Amazonas, em Cascavel -, no Brasileirão isso também poderá ocorrer. Pelo menos em cinco datas por clube. Essa é a proposta que o presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Francisco Novelletto, apresentará na assembleia da CBF, na próxima segunda-feira. O dirigente quer que cada clube tenha direito a vender até cinco de seus 19 jogos como mandante para outras praças.
- Minha sugestão é que as federações tomem a frente disso, em vez de deixar isso com os atravessadores. Por exemplo, se empresários de Brasília têm interesse em levar um jogo do Inter ou do Grêmio para o Mané Garrincha, essa negociação deverá ser feita via Federação de Futebol do Distrito Federal, que ficará com 5% da transação - disse Novelletto. - No ano passado, apenas um jogo do Flamengo em Brasília rendeu mais de R$ 6 milhões. E a federação não ficou com nada - ponderou o presidente da FGF.
Há forte tendência que a moção seja aprovada. Desde 20 de fevereiro do ano passado, quando a CBF proibiu a venda de partidas para estádios de outros Estados no Brasileirão, diversos clubes ficaram contrariados com a medida - que só vale para o Campeonato Brasileiro.