O sorriso no rosto denunciava: a alegria de Marcelo Moreno, em foto ao lado dos atletas brasileiros, era evidente antes da partida pelas Eliminatórias. Também pudera. Apesar de defender a seleção boliviana, o atacante tem apreço especial pelo Brasil, onde nasceu seu pai, onde já trabalhou e de onde também possui cidadania.
Nesta quinta-feira (5), Moreno reprisou a foto que só pôde fazer quando jovem. Durante a adolescência, defendeu a seleção brasileira de base. Já adulto, porém, optou por defender o país natal. Não se arrependeu. Mas sabia que de lá para cá nunca mais poderia posar para uma foto de "pôster" com atletas canarinhos. A menos que... adaptasse a situação. O que fez.
Ao combinar com o craque Neymar, Moreno seguiu primeiro para a foto brasileira para, só depois, posar ao lado dos companheiros de time. Um risco calculado de perder a foto com os bolivianos que, segundo ele, valeu muitíssimo a pena.
— Bacana, né (a foto)? Um reconhecimento ao meu trabalho, que tive também na seleção brasileira um tempo atrás. Vai ficar para a eternidade, esta foto. Até para meus filhos, futuros netos. Imagina... Sensação única. Infelizmente, a gente empatou. Podíamos ter perdido o jogo, mas esta foto foi demais, mesmo, para mim.
A razão para que a Bolívia tenha empatado com o Brasil é clara para Moreno. E atende pelo nome de Carlos Lampe.
— Se não fosse pelo goleiro, não conseguiríamos este resultado nunca. Ele estava inspirado e, com certeza, salvou a gente de tomar uns 3 a 0, no mínimo. Ele está de parabéns porque não é sempre que acontece isso, em um jogo contra a Seleção, que é muito forte e está mostrando isso nas Eliminatórias. Mas o trabalho que estamos fazendo é bom, com jogadores novos, e a gente vai dar trabalho nas próximas Eliminatórias, tenho certeza.