A temporada 2017 do tênis feminino chegou ao seu final no último domingo, com a vitória da dinamarquesa Caroline Wozniacki no WTA Finals, torneio que reuniu as oito melhores jogadoras da temporada. Porém, apesar da vitória ela não termina como a número um do mundo, posto ocupado pela romena Simona Halep.
Com a saída de Serena Williams, para o nascimento de Alexis Olympia Ohanian Jr, sua filha com o fundador do Reddit, Alexis Ohanian, a vaga de melhor jogadora do circuito ficou vaga e foi ocupada pela alemã Angelique Kerber, pela tcheca Karolína Plíšková, pela espanhola de origem venezuelana Garbiñe Muguruza e, finalmente, por Halep, a 24ª tenista na história a se tornar número um do ranking, desde a criação deste em 1975.
A carreira de Simona Halep não é marcada por grandes resultados nos maiore torneios, mas sim por regularidade. A pequena romena (1,68m) é ídolo em seu país e sempre foi apontada como grande promessa. Em 2008, aos 17 anos, venceu o torneio juvenil em Roland Garros e passou a ser seguida mais de perto pelos especialistas. Desde então, chegou a duas finais no saibro do Aberto da França (2014/17), mas em ambas foi derrotada.
Mas de qualquer forma adquiriu o respeito no circuito e sempre esteve no Top 10. Do primeiro título conquistado em Nuremberg, na Alemanha, em junho de 2013, até a vitória no Masters de Madri, na Espanha, em maio deste ano, Halep acumulou 15 troféus em 23 finais e se candidatou a ocupar o posto vago com a retirada parcial de Serena Williams. Mesmo sem resultados expressivos, a partir de então, a romena foi acumulando pontos com mais quatro finais, Roma (Itália), Roland Garros, Cincinnati (EUA) e Pequim (China).
Se não é brilhante como Serena Williams, Steffi Graf, Monica Seles, Martina Navratilova, Chris Evert e Maria Sharapova, outras jogadoras que já ocuparam a liderança do ranking, Halep é marcada pela regularidade e sabe que conseguiu superar muitos obstáculos até chegar a esta condição. Em recente entrevista ao site da WTA (Associção de Tênis Feminino), a jogadora de 26 anos ressaltou a importância de suas conquistas para o esporte romeno.
- É enorme o que eu fiz para o nosso país. É um país pequeno, e eu sou a primeira jogadora que fez isso. É legal. É o melhor momento da minha carreira, então eu não posso reclamar. É especial terminar o ano como número um, pois apenas outras 12 jogadoras conseguiram isso, o que torna mais especial e acho mais difícil fazer isso.
E mesmo com o retorno de Serena na próxima temporada, a evolução de Wozniacki e a recuperação de Sharapova, após longo exílio em função de doping, Halep projeta mais para o futuro.
- Estou muito feliz por poder mostra um jogo consistente, o que é o melhor, penso eu, para um jogador. Isso mostra que estou pronta. Não tenho problemas agora, nenhuma lesão. Então estou apenas tentando fazer o meu melhor, para começar o próximo ano melhor.
Por não ter ganho nenhum torneio de Grand Slam, a romena não é considerada por muitos como uma legítima número um do mundo. Porém, na última segunda-feira, ela ganhou um grande defensor. Jogador que mais tempo passou na liderança do ranking (302 semanas), o suíço Roger Federer falou sobre o tema.
- Quem é número 1 merece lá estar. Nem por um segundo devem tentar tirar esse mérito dela, seja Halep ou a qualquer outra jogadora que trabalhou toda a sua vida para atingir este sonho. Ela lutou muito este ano, teve chances e conseguiu acabar o ano no topo do ranking. Espero que todo mundo mostre o respeito que ela merece.
As declarações de um dos maiores jogadores de todos os tempos soaram como mais um prêmio para Halep.
- Ele me deixou muito orgulhosa, agradeço suas palavras simpáticas. Trabalhei muito para estar onde estou e só penso em aproveitar o momento. Tenho muitos mais sonhos, e o próximo é vencer um Grand Slam, dando o meu melhor cada vez que estou em quadra - disse ela, ao agradecer as palavras do suíço.
Independente do que venha ocorrer em 2018, Simona Halep já tem um lugar gravado na história do tênis feminino e, principalmente, no esporte da Romênia com sua " fluidez encantadora de movimentos e excelente equilíbrio", como escreveu Eleanor Crooks, do jornal britânico The Independent, em 2014, ao analisar a romena.
Confira os títulos conquistados por Simona Halep:
2013 - Nuremberg (Alemanha), Rosmalen (Holanda), Budapeste (Hungria), Connecticut (EUA), Moscou (Rússia) e Sofia (Bulgária)
2014 - Doha (Catar) e Bucareste (Romênia)
2015 - Shenzhen (China), Dubai (Emirados Árabes Unidos) e Indian Wells (EUA)
2016 - Madri (Espanha), Bucareste (Romênia) e Montreal (Canadá)
2017 - Madri (Espanha)