Desde o começo da Série B, lá pelas primeiras e remotas rodadas, eu vinha proclamando, alto e bom som, que o Juventude, para 2017, só pensava em não cair. Pode parecer pouco, mas nós sabíamos as razões. Já tínhamos experimentado os melhores frutos durante 13 anos consecutivos na Série A. Mais da metade dessa longa e elogioável permanência para um clube do Interior e esquecido pelas rodas da fortuna — em matéria de dinheiro — transcorreu por nossa conta.
Enganam-se aqueles que atribuem a fórmula do sucesso do Juventude exclusivamente ao nosso patrocinador italiano. Claro que somos e seremos sempre gratos pelo apoio e pelo impulso. Mas, nada menos do que oito dessas 13 temporadas foram por mérito dos nossos dirigentes e de patrocinadores eventuais.
Mas não é bem esse o caso. O caso, pura e simplesmente, se fixa na partida contra o Boa, sexta-feira à noite no Alfredo Jaconi. Uma vitória nos garantirá matematicamente a fuga do rebaixamento. Pronto. Missão cumprida se a expectativa se confirmar. Todavia, sabemos que os adversários também querem e precisam pontuar, e o time mineiro tem se apresentado em crescente afirmação. Cabe da nossa parte um grande respeito.
O que resta a se perguntar é o seguinte: e depois disso, existe outro objetivo? Claro que sim. Uma vez concretizado o plano de salvação e, na hipótese de triunfo, o retorno ao G-4, irá recomeçar uma nova trajetória. Partindo do zero. Precisará o Juventude somar mais 20 pontos, no mínimo, lembrando que sobrarão 12 rodadas a ser disputadas, num total de 36 pontos em jogo. Portanto, com o "direito" de perder 16. É uma tarefa herculea, tremendamente complicada porque a cada jogo nos aproximamos da reta final. Certamente, com mais dificuldades, pois enfrentaremos clubes com ânsias de subir e desesperados para não descer.
Vamos fazer pensamento positivo, esperando que o Rio Grande do Sul inteiro esteja torcendo para nós, independente de cores e preferências clubísticas. O Juventude conta com a solidariedade dos gaúchos, a qual agradecemos de coração.