Quando a Chapecoense entrar no Camp Nou na tarde desta segunda-feira, a partir das 15h30min (horário de Brasília), para enfrentar o Barcelona, Altair Zanella, 76 anos, e Alvadir Pelisser, 80, poderão dizer com orgulho: "Eu ajudei a fundar esse time". Equipe que nasceu modesta, para disputar jogos regionais, vai enfrentar um dos maiores clubes do mundo, o Barcelona. Destinos que foram unidos pela dor e pela solidariedade.
Pelisser e Zanella nunca imaginaram que um time do interior de Santa Catarina um dia iria sair do país para disputar competições e amistosos. Zanella pensou que enfrentar campeão da Libertadores de 2015, o River Plate, na Sul-Americana, já era o auge. Tanto que viajou mais de 50 horas de ônibus entre ida e volta de Buenos Aires, para ver seu time.
– É a maior glória de Chapecó jogar contra o Barcelona. Nunca alguém imaginou isso – destacou Pelisser.
Os dois eram dirigentes do Independente, clube que já não estava em atividade, quando viram o falecido Lotário Immich, que tinha sido diretor do Atlético Clube Chapecó, chegar com um distintivo verde e branco, sugerindo a criação de um novo time. A convite da Federação Catarinense de Futebol, a Chape começou a disputar o Estadual. Por falta de estádio, os jogos eram em Xaxim.
Testemunhas do nascimento do clube e do momento mais triste – o acidente no ano passado –, Pelisser e Zanella ainda tentam cicatrizar as feridas que foram abertas pela perda de amigos. Eles pensaram que o time não iria se reerguer. Mas, junto com a tristeza, há também espaço para sorrir.
– O sentimento é de imensa alegria – disse Zanela, reconhecendo o momento ímpar na história em que a Chape vai ficar frente a frente com Messi e companhia.
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