Não é acidente o Igrejinha ter subido para a Divisão de Acesso de 2018. O time do Vale do Paranhana, de fato, se preparou. Em um projeto ousado, iniciado há 10 anos, o clube dá seu primeiro passo rumo à elite do futebol gaúcho. A vitória por 2 a 0 sobre o Novo Horizonte no domingo à tarde coroou um processo de repetição, base e solidificação.
– Permitimos até uma cerveja para os jogadores, foi emocionante a carreata pela cidade. Que festa inesquecível – orgulha-se o presidente do Esporte Clube Igrejinha, Ademir Stein.
O clube de 87 anos chegou a disputar a segunda divisão gaúcha nos anos 1970 e 1980. Depois, a crise calçadista levou-o à falência em 1995. Retornou em 2007, primeiro com categorias sub-15 e sub-17, sob comando do técnico Everton Luiz Fabbro, ex-jogador do Inter nos anos 1990.
– Apostamos em uma base sólida, na continuidade dos atletas e do projeto. Tudo funcionou – diz o treinador.
Enquanto o campo trazia resultados – e com um grupo formado por 70% de jogadores da cidade –, o clube investia na estrutura do Estádio Alberto Carlos Schwingler. Conseguiu até mesmo construir um módulo de arquibancadas. Que viveu seu maior momento no domingo.
Dos quase mil torcedores presentes no estádio, pouco mais de 500 pagaram ingresso. O clube tem 300 sócios em dia (quase um recorde no Interior) e mais de 200 meninos nas escolinhas. Todos têm acesso grátis ao estádio. A estrutura sólida teve um lance simbólico.
O primeiro gol do jogo foi marcado pelo centroavante Lucas Schulz, 23 anos. Natural da cidade, ele começou no próprio Igrejinha aos nove anos.
– Me senti muito feliz. É sempre bom fazer gol, ainda mais em jogo importante como o de domingo, e retribuir o carinho que o torcedor tem por mim – conta o atacante, que passou também por Araxá-MG e Sapucaiense.
Agora, o clube se prepara para disputar a Copa FGF, em agosto. A ideia é esticar contratos já pensando na Divisão de Acesso. Para montar a base do time e, caso alguém se destaque, o clube ganhe alguma compensação financeira.
No tribunal
Bagé e Três Passos disputam a outra vaga na Divisão de Acesso. A vantagem do Bagé na partida de ida, fora de casa, de nada adianta. Por ter usado um jogador sem contrato, a equipe da região da Campanha corre risco de ser eliminada. A direção bajeense admitiu ao Jornal Minuano, de Bagé, que errou na confecção do contrato por um erro de digitação – em vez de estender o vínculo até agosto (mês 8), o fez até julho (mês 7). O julgamento será amanhã no TJD.