Faltava a Chapecoense. Depois de Avaí, Criciúma, Figueirense e Joinville cometerem erros na escalação de jogadores, apenas o Verdão do Oeste não havia se complicado por causa de uma falha – até então. É bem verdade que nem todos os clubes foram apenados, diferente da Chape que perdeu três pontos na Libertadores e a classificação para a fase de mata-mata que era palpável não pôde ser alcançada – ainda que o departamento jurídico do clube tenha informado que irá recorrer da decisão do tribunal disciplinar da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol).
Na última terça-feira, o Verdão do Oeste foi punido por escalação irregular do zagueiro Luiz Otávio na partida em que venceu o Lanús por 2 a 1, fora de casa. O atleta havia sido punido com três jogos de suspensão (duas mais a automática por cartão vermelho) em virtude da expulsão no revés para o Nacional, do Uruguai. Porém, dirigentes e departamento jurídico da Chape alegam que não foram comunicados apropriadamente, somente de maneira informal antes da partida que o defensor – fatalmente – entrou em campo.
O histórico recentemente de problemas com a escalação de jogadores por parte dos considerados grandes times de Santa Catarina começou em 2013. Naquela ocasião, o Figueirense poderia ter perdido pontos que lhe deram o acesso à Série A do Campeonato Brasileiro do ano seguinte. O Criciúma, em 2014, também conseguiu a absolvição, em segunda instância, da pena que lhe subtrairia pontos no Brasileirão.
No entanto, Avaí e Joinville não tiveram a mesma sorte quando flagrados no Campeonato Catarinense de 2015. O Leão perdeu seis pontos por escalação de jogador sem contrato e o Joinville teve a consequência de perder o título do estadual daquele ano por contar de um vínculo irregular de um atleta que não entrou em campo.
Confira a seguir os erros de escalação de Avaí, Criciúma, Figueirense e Joinville.
Clube: Avaí
Ano: 2015
Caso: o zagueiro Antonio Carlos atuou pelo Campeonato Catarinense sem contrato ativo com o Avaí. Ele havia teve o empréstimo pelo Corinthians renovado, e entrou em campo em 22 de fevereiro daquele ano, contra o Marcílio Dias. A publicação no BID, que reativou o vínculo entre clube e atleta, ocorreu apenas no dia seguinte.
Desfecho: o Avaí perdeu seis pontos – os conquistados no jogo em que o atleta atuou e mais três, como prevê artigo 214 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) – e teve de entrar na fase que reunia os times que lutariam contra o rebaixamento do Estadual daquele ano.
Clube: Criciúma
Ano: 2014
Caso: o atacante Cristiano, reforço do Tigre para o Campeonato Brasileiro, entrou em campo na segunda rodada, ante o Goiás, com punição a cumprir. No ano anterior, ele havia sido expulso por agressão quando defendia o Naviraiense, na Copa do Brasil, e a pena (além da automática) deveria ser cumprida em competição nacional, conforme determinação do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O Criciúma soube da situação rodadas depois, porém o jogador não havia sido mais relacionado.
Desfecho: a defesa do Carvoeiro se baseou em uma resposta do departamento de competições da CBF quando de uma consulta sobre o jogador (na época de sua inscrição) e que o sistema utilizado pelos clubes para se comunicar com a confederação não apontava que Cristiano havia pena a cumprir – como ocorre com outros atletas. O Criciúma foi absolvido, não perdeu três pontos, e a confederação avançou em um sistema melhor que o da época.
Clube: Figueirense
Ano: 2013 e 2014
Caso: o Icasa, que lutou pelo acesso em 2013, acusou irregularidade em escalação do atleta Luan por parte do Figueirense. Na segunda rodada da Série B, o jogador atuou sem contrato vigente com o Alvinegro. Ele havia sido emprestado ao Metropolitano para a disputa do Catarinense daquele ano, sem que o vínculo com a equipe de Blumenau tivesse sido encerrado, ou aguardar seu término, dias depois, para que “voltasse” normalmente.
Desfecho: ainda que comprovada a irregularidade, o Figueirense pôde disputar a Série A de 2014 porque a denúncia foi formalizada após prazo legal. Caso contrário, o Alvinegro perderia pontos que lhe custariam a vaga na elite nacional e o Icasa subiria.
Clube: Joinville
Ano: 2015
Caso: já garantido nas finais do Campeonato Catarinense, o Joinville utilizou time com reservas e atletas da base para cumprir tabela na última rodada da fase semifinal. Entre eles, no banco de reservas, estava o lateral André Krobel. O jogador havia completado 20 anos dias antes e, para constar em súmula, deveria ter contrato com o JEC como profissional – era de amador, como atleta do departamento de formação.
Desfecho: por mais que o Joinville tenha alegado que o lateral não influiu no jogo sem importância, porque sequer saiu do banco de reservas, o clube perdeu pontos na fase anterior e a vantagem dos resultados iguais nas finais – como ocorreu em duplo 0 a 0 – beneficiou o Figueirense, oponente na decisão.
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