Pouco mais de cinco meses após a tragédia aérea em que perdeu todo o time a Chapecoense se reconstruiu e conquistou pela sexta vez o Campeonato Catarinense, mesmo com a derrota por 1 a 0 para o Avaí, neste domingo, na Arena Condá. O título foi garantido pela vitória por 1 a 0 na Ressacada, no primeiro jogo, aliado à vantagem de jogar por dois resultados iguais, por ter melhor campanha. A Chapecoense foi o time que mais somou pontos, que teve o melhor ataque e a melhor defesa.
O torcedor da Chapecoense já começou o dia soltando fogos de artifício. Era difícil deixar escapar o primeiro bicampeonato seguido e a sexta estrela. Mas o Avaí foi bravo e até o fim do jogo teve chance de conquistar seu décimo sétimo título.
Mesmo com a vantagem de um gol a Chapecoense tomou a iniciativa do jogo. A partida começou com grande intensidade e poucos espaços em campo. A Chapecoense teve o controle do jogo nos primeiros 25 minutos. O primeiro chute com perigo foi de Luiz Antônio, autor do gol na Ressacasa, mas que desta vez chutou para fora.
Depois foi o momento do goleiro Kozlinski brilhar. Primeiro mostrando reflexo num chute de Reinaldo que desviou em Judson. Depois se esticou para defender uma cabeçada de Wellington Paulista, no canto direito. Na sobra Arthur Caíke, quase sem ângulo, perdeu a chance.
O Avaí, quando chegou, oi mais eficiente. Leandro Silva escapou pela direita e chutou forte, surpreendendo o goleiro Artur Moraes, que não conseguiu evitar o gol.
O resultado de 1 a 0 ainda servia para a Chapecoense. Mas bastava um gol para o Avaí levar a taça. O atacante Rossi gesticulou para a torcida continuar apoiando. A exemplo da decisão do ano passado, a Chapecoense, que tinha vencido fora o Joinville, saía perdendo em casa, com o estádio lotado.
A Chapecoense voltou a pressionar. Wellington Paulista recebeu na área, pela direita, mas o chute acabou sendo para fora.
No entanto deu espaço para o Avaí contra-atacar. Tanto que Marquinhos recebeu livre dentro da área e, na saída Artur Moraes, tentou dar uma cavadinha por cima do goleiro e a bola acabou saíndo.
No segundo tempo a Chapecoense voltou pressionando, mas a defesa do Avaí levava a melhor. Até que num contra-ataque Rômulo recebeu cruzamento alto na área, livre, chutou de primeira e Artur Moraes se redimiu. Na sequência Denílson não conseguiu cabecear direito e a bola foi para fora.
A torcida da Chapecoense pediu Apodi. E o técnico Vagner Mancini atendeu. Com a entrada de Apodi o lado direito da Chapecoense ficou fortalecido e Rossi obrigou Kozlinski a fazer boa defesa.
Pelo Avaí Marquinhos teve a chance numa cobrança de falta mas acabou acertando a barreira. O craque avaiano não era mais o mesmo de 2009, quando comandou uma goleada por 6 a 1 e garantiu o título.
Depois, num chute de Rômulo, de fora da área, Artur Moraes se esticou e mandou para escanteio.
A Chapecoense teve uma chance de marcar com João Pedro mas a bola caprichosamente bateu na trave.
O final da partida foi tenso, com discussões no banco e o meia Nenén sendo expulso da casamata.
O apito final demorou. Mas a torcida da Chapecoense finalmente conseguiu comemorar. Depois de muita tristeza no final do ano passado, foi a vez da alegria novamente tomar conta da Arena Condá.
FICHA TÉCNICA
CHAPECOENSE-0: Artur Moraes, João Pedro, Luiz Otávio e Reinaldo; Nathan (Apodi), Moisés Ribeiro e Luiz Antônio (Osman); Rossi, Wellington Paulista (Túlio de Melo) e Arthur. Técnico: Vagner Mancini.
AVAÍ-1: Kozlinski, Leandro Silva, Betão, Alemão e João Paulo; Luan (Caio César), Judson e Marquinhos (Lourenço); Romulo, Junior Dutra e Denílson (Diego Jardel). Técnico: Claudinei Oliveira.
Gol: Leandro Silva (A), aos 27 minutos do primeiro tempo.
Cartões amarelos: Grolli; Moisés Ribeiro e Artur Moraes (C); Luan, Marquinhos e Caio César (A)
Vermelho: Nenén (C), que estava no banco
Arbitragem: Braulio da Silva Machado, auxiliado por Kleber Lucio Gil e Carlos Berkenbrock
Local: Arena Condá, em Chapecó
Público total: 19.141
R$: 567.940,00
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