O britânico Andy Murray concedeu entrevista, nesta quinta-feira, antes do início do Grand Slam de Roland Garros, e revelou a dificuldade de manter o alto nível a todo momento.
Você afirmou que os últimos meses foram difíceis. Esse foi o preço pelos esforços realizados, no final da temporada de 2016, para se tornar o número 1?Não acho que seja por isso. Em janeiro e fevereiro, pode ser que eu ainda estivesse me recuperando do ano passado. Mas nesses últimos dois meses não joguei bem, simplesmente. Tive um problema no cotovelo e não pude treinar como gostaria. Falei com meu time sobre isso. Era a melhor maneira de recuperar a confiança, que é o que estou tentando fazer. Espero jogar melhor quando o torneio começar.
Não acha que é normal ter um momento um pouco pior, depois de vencer cinco torneios seguidos, entre eles Masters, em menos de dois meses?
É algo que sempre acontece no esporte. Manter o mesmo nível de motivação e concentração por muito tempo é difícil. No final do ano passado, fiz muito esforço e isso me demandou muita concentração. Consegui um dos meus maiores objetivos. Tive um momento parecido depois de vencer meu primeiro Grand Slam no US Open (2012) e quando venci em Wimbledon pela primeira vez (2013). Ser campeão em Wimbledon era o meu objetivo maior no tênis e eu me tornei o primeiro britânico a vencer ali, depois de muitos anos. Após isso, você precisa buscar novos objetivos. É o que eu tenho fazer agora, pensar no futuro e manter a motivação para os grandes torneios.
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O tênis é exigente demais?
É um esporte muito exigente. São muitas viagens, muitos torneios e a temporada termina tarde, em novembro. Não existem muitos momentos para dar uma pausa, já que se você não disputa as competições, cai no ranking. As pessoas falam "é apenas o sétimo do mundo, não é tão bom". Mas encontrar um equilíbrio adequado entre jogar para vencer, ter classificação e descansar para ficar no melhor nível é um desafio. Neste patamar, você se dá conta disso todos os dias. O que eu fiz no ano passado, com 29 anos, era muito novo para mim. Estou no circuito há 10 ou 11 anos, não sabia o que esperar durante o período sem competições, quanto de descanso necessitaria e quanto precisaria treinar. É um esporte muito difícil, mas muito gratificante ao mesmo tempo, sobretudo quando colhe os frutos do trabalho.
*AFP