Há cerca de dois meses, entrevistei Luiz Carlos Winck para uma coluna especial publicada na edição de fim de semana de Zero Hora. O Caxias despontava com força na arrancada do Gauchão, e Winck dava mostras de que estava pronto para dar um salto em sua carreira de técnico. Me recordo de, na conversa, ele ter me alertado:
– Vejo neste ano uma chance muito grande de o Interior ficar com o título do Gauchão. O Inter ainda está em construção, e o Grêmio, na reta final, estará envolvido com a Libertadores.
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O cenário nesta semifinal do Gauchão mostra que Winck sabia do que falava. A Dupla chega a este penúltimo domingo de abril sem nenhuma certeza de que pisará maio como finalista do Gauchão. O Caxias de Winck tem todas as chances de eliminar o Inter no Centenário. Trata-se de um time montado com esmero de ourives, com cada jogador encaixado na engrenagem da equipe, cada um com uma função definida dentro de uma ideia de futebol. Sem contar que há qualidade técnica de nomes como Elyeser, Wágner, Reis, Júlio César e Gilmar. Jogo duro para os colorados, apesar da vantagem.
Já o Grêmio precisará buscar em Novo Hamburgo a vantagem concedida na Arena. Beto Campos, assim como Winck, montou um time com ideia de futebol clara e jogadores conscientes do que fazer para executá-la. Jardel, o motor do meio-campo, vai fazer muita falta. Mas o Novo Hamburgo tem em Preto e Juninho nomes capazes de desequilibrar. Assim como o Caxias, é um time experiente, que parece não se assombrar com o poder financeiro e a camisa da Dupla. E isso é uma novidade em termos de Gauchão. Grêmio e Inter enfrentarão adversários confiantes. E, como você sabe, confiança a gente só tem quando sabe que está no caminho certo.