Um nome de impacto mobilizou atenções e gerou diversas reuniões de dirigentes do Corinthians nos últimos dias: Didier Drogba, atacante marfinense de 38 anos que está sem clube após deixar o Montreal Impact, do Canadá. Astro internacional, o ex-jogador do Chelsea (ING) foi oferecido ao Timão por um grupo de empresários. A possibilidade de contratação foi noticiada inicialmente pelo Uol e acentuou um racha interno que já existia entre dois importantes setores da estrutura interna do Corinthians. Por isso, até agora, o clube não definiu se fará uma investida.
O departamento de marketing do Corinthians está trabalhando pela contratação de Drogba. Mesmo sem diretor há um ano e sem superintendente há menos de uma semana, o setor está buscando parcerias financeiras para poder fechar com o jogador. O clube acredita que haverá empresas interessadas em explorar a imagem de Drogba com ações específicas de marketing após a chegada da estrela ao futebol brasileiro e já tem alguns acordos encaminhados ou em negociação avançada.
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O departamento de futebol do Corinthians, por sua vez, não acha necessária a contratação. Ao contrário do setor de marketing, a comissão técnica e alguns membros da diretoria não acreditam que seja necessária a vinda de uma estrela, que mobilize o mercado e a mídia. Além de temerem efeitos no ambiente interno, as pessoas contrárias à contratação veem o jogador em decadência, sem condições de desempenhar um futebol semelhante ao que fazia no Chelsea - na última temporada, ele foi reserva do Montreal Impact em boa parte da MLS (Major League Soccer).
A diretoria está dividida. Flávio Adauto, diretor de futebol, é favorável à ideia. Em entrevista recente ao LANCE!, ele declarou que pensava em fazer "uma loucura", como foi na época da contratação de Ronaldo Fenômeno. Outros dirigentes, porém, são contrários. O próprio presidente Roberto de Andrade tem dúvidas sobre a viabilidade da contratação, segundo pessoas próximas. Nenhum dirigente aceitou falar sobre o assunto com a reportagem.
A última vez em que o marketing "apitou" em uma contratação foi justamente a de Ronaldo, na época de Luis Paulo Rosenberg. Hoje, com a desarticulação do departamento de marketing e o próprio Rosenberg impedido de retornar ao clube, é improvável que o Corinthians aprove um novo projeto tão imponente e arriscado do departamento. A presidência do clube teme, inclusive, que a contratação de um jogador em fim de carreira sem garantias de retorno do investimento enfraqueça ainda mais a gestão, já extremamente combalida. "O povo do Andrés (Sanchez, ex-presidente do clube) não vai deixar", disse uma fonte ouvida pelo L!.
A divulgação do nome de Drogba foi vista como positiva na diretoria do Corinthians. É uma forma de sentir a "temperatura" e monitorar as reações dos torcedores a respeito do jogador. Se houver aprovação significa que as ações de marketing terão efeito, e se reprovarem será sinal de rejeição por dois pontos de vista: esportivo e comercial.
Drogba, por sua vez, não está vivendo em torno da possibilidade de jogar no Brasil. Ele aprovou a sequência das conversas após os empresários oferecerem seu nome ao Corinthians, mas tem outras possibilidades para 2017. Ele alimenta o desejo e começou a conversar para voltar ao Olympique de Marselha, da França, onde atuou no início da carreira, e foi cogitado até mesmo um convite para fazer parte da comissão técnica do Chelsea.
Drogba se profissionalizou no Le Mans (FRA) e já defendeu Guingamp (FRA), Olympique (FRA), Chelsea (ING), Shangai Shenhua (CHN), Galatasaray (TUR) e o Montreal Impact (CAN), de onde saiu no fim de novembro de 2016.
* Lancepress