Era uma vez um "pato novo", um "ingênuo" dirigente de futebol que ousou fazer diferente na gestão de seu clube, optando por uma custosa e antipática reestruturação financeira, que envolveu a dispensa de jogadores importantes e a introdução de uma política de salários abaixo do praticado no mercado, o que tirou as estrelas da foto do time. Ao mesmo tempo, promoveu uma política de utilização massiva de jovens jogadores formados no clube.
Segundo a lógica dos experimentados articulistas do futebol, a novata direção levaria o clube à Segunda Divisão, pois, independentemente da situação econômico-financeira, não sairia impune das dispensas dos melhores jogadores e da ausência de contratação de reforços de nome.
Leia mais:
Maximiliano Carlomagno: o paradigma da pacificação
Natália Leal: estou desconfiada com D'Alessandro
Francisco Brust: desculpe, Ramirinho
Do outro lado da cidade, o clube rival elegia para a administração experientes dirigentes, multicampeões em um passado recente da instituição, o que asseguraria a formação de um time competitivo e, desde já, favorito a levantar os canecos dos campeonatos que disputaria.
Com o passar das competições, os resultados das agremiações pareciam confortar a opinião dos veteranos comentaristas de futebol, pois as ações de gestão, do clube do "ingênuo", não geravam resultados no campo de jogo e a estratégia do rival já rendera a conquista de um caneco.
Todavia, a situação começou a mudar, e os velhos métodos de gerir futebol começaram a produzir ruídos na condução do clube dirigido pelos mais experientes, enquanto o "pato novo" ganhava notoriedade e respeito por suas posições de humildade, austeridade, transparência, visão moderna e uma consequente liderança nos cenários nacional e internacional do futebol. Enquanto o novato começava a colher frutos de suas ideias, que se refletiam no campo, conduzindo o clube para a conquista de um campeonato importante, que acabou se materializando, o clube rival buscou mais dirigentes vitoriosos no ontem, formando uma verdadeira Swat, para tentar estancar uma queda técnica vertiginosa. Mesmo assim, nada adiantou, indo direto para a Segunda Divisão.
Na vida, e no futebol, acertar ou errar fazem parte do jogo, mas a maneira nova de fazer deve ser respeitada, face à velocidade com que as mudanças alteram os processos humanos.
*ZH ESPORTES