O suíço-italiano Gianni Infantino rejeita o rótulo de europeu. Recém-eleito presidente da Fifa, o dirigente quer afastar qualquer preocupação em relação a preferências pelo futebol do Velho Continente – principalmente por sua atuação como secretário-geral da Uefa – e garantiu que vai pensar globalmente nos projetos a serem implementados até o fim do atual mandato, em 2019.
– Tenho boa relação com muitas pessoas na África, Ásia, Oceania, Américas. Fui eleito, agora viramos a página, começamos a trabalhar, e vou mostrar que não sou candidato da Europa, sou candidato do futebol. O futebol é universal. É isso o que vamos começar agora na Fifa. Não vamos falar sobre politica, divisão, barreira. Temos que construir pontes e não muros – disse Infantino.
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O novo presidente também falou sobre o fato de ter de lidar com uma África dividida, por conta da divisão de votos dos países do continente entre ele e o xeque Salman, que ficou em segundo na corrida eleitoral.
– Não concordo que o futebol esteja dividido. Foi uma eleição, mas não uma guerra. Uma competição e não uma briga. Foi uma disputa esportiva. Você perde ou ganha, e a vida continua.
No discurso antes da eleição desta sexta-feira, Infantino prometeu destinar mais dinheiro às associações nacionais. Pouco antes, no mesmo palco, o secretário-geral da Fifa, Markus Kattner, avisou que a federação vai fechar no vermelho em 2015. Ao ser perguntado sobre como viabilizar o tamanho do investimento prometido aos eleitores, o novo presidente garantiu que a Fifa não vai quebrar com ele no comando.
– Primeiro de tudo, vamos sentar, apresentar a ele (Kattner) as ideias que eu tenho. Tenho alguma experiência que eu posso colocar nessa situação. Como disse hoje, a Fifa tem uma previsão de US$ 5 bilhões e não deve ser problema tirar US$ 1,2 bilhão para as associações. Digo isso pois tenho vasta experiência profissional. Além disso, estou convencido de que uma nova era da Fifa está começando. Vou aproximar os parceiros comerciais, eles devem voltar a confiança na Fifa – completou.
Infantino, que nos últimos sete anos foi secretário-geral da Uefa, foi eleito em segundo turno com 115 votos, superando o segundo colocado, xeque Salman, que ficou com 88 votos.
*LANCEPRESS