Os gaúchos André Ghem e Guilherme Clezar têm bastante a comemorar por 2015. Mesmo não sendo marcada por títulos de simples em torneios de nível Challenger, a temporada que se encerra é considerada pelos dois a melhor das respectivas carreiras.
Com tênis consiste ao longo do ano, Ghem e Clezar terminam o ano nas posições 149 e 175 do ranking da ATP, respectivamente. Melhores do que eles no tênis brasileiro, em 2015, apenas três: os paulistas Thomaz Bellucci, Rogério Dutra Silva e João Souza.
Aos 33 anos, o hamburguense André Ghem atingiu na temporada o melhor ranking da carreira. Foi em julho, quando apareceu como 118º colocado. Ainda mais confiante, o tenista coloca como meta para 2016 ingressar no top 100 – considerado um divisor de água na carreira dos tenistas.
Aos 22 anos, o porto-alegrense Guilherme Clezar atingiu o melhor ranking da curta carreira precisamente uma semana depois de Ghem alcançar o mesmo feito. No dia 3 de agosto, apareceu como número 153 do mundo. Passadas algumas semanas, bateu o ex-top 10 Nicolas Almagro e ficou a um jogo da chave principal de US Open. Agora, mais maduro, pretende se colocar, sem muita pressa, no top 100.
André Ghem: "Aposentadoria não passa pela minha cabeça. Amo o que eu faço. Adoro estar na estrada, de um lado para o outro, jogando e competindo"
O melhor ranking da sua carreira veio em 2015, aos 33 anos. Qual foi o diferencial que você apresentou nesta temporada?
Acho que o foco e a experiência contaram bastante. Com certeza, foi meu melhor ano. Alcancei meu melhor ranking, me mantive sólido e constante durante toda a temporada.
Para 2016, quais são os planos? Ingressar no top 100 é possível ou ainda parece algo distante para o próximo ano?
O top 100 é meta. Este é o ano.
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Aposentadoria é um assunto que já passa pela sua cabeça?
Aposentadoria não passa pela minha cabeça. Amo o que eu faço. Adoro estar na estrada, de um lado para o outro, jogando e competindo. Enquanto não for sacrifício, vou seguindo...
Na Olimpíada, tem algum favorito para o título de simples e duplas no tênis masculino?
Acho que os figurões Federer, Djokovic, Nadal e Murray são sempre favoritos em competições importantes, mas claro que em um torneio melhor de três sets há mais chances de pintar uma surpresa.
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Guilherme Clezar: "A longo prazo, quero primeiro entrar no top 100, depois quem sabe top 50"
Você está fechando 2015 sendo o único na lista dos 10 melhores brasileiros no ranking da ATP com menos de 23 anos. Isso pode significar que você é o principal nome do país para daqui uns anos?
Cada um tem seu tempo no tênis. Uns levam mais, outros menos tempo para amadurecer de cabeça. Eu já atingi esse nível que estou há alguns anos, mas ainda vejo que tenho muito a evoluir para chegar na condição de principal nome do Brasil.
Dá para dizer que foi o melhor ano da sua carreira?
Considero que sim. Apesar de não ter ganhado nenhum título, fui muito mais constante, fiz muitas quartas de final. Nos outros anos meus resultados eram esporádicos. Espero seguir nessa linha, mas agora chegando ainda mais nas rodadas finais.
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Você teve uma vitória expressiva em 2015, contra o espanhol Nicolas Almagro, ex-top 10. Depois dessa vitória você mudou como jogador, foi um divisor de águas?
Foi sem dúvida uma grande vitória, me deu grande confiança para acreditar no meu jogo e seguir buscando melhores resultados, mas não chega a ser um divisor de águas, pois não cheguei perto do top 100 ou algo parecido depois dessa partida – o que aí sim poderia ser considerado.
Para 2016 quais são os planos? Ingressar no top 100 é possível ou parece algo distante para o próximo ano?
Em 2015, me senti muito focado em ranking e não deu muito certo. Para o próximo ano quero concentrar em jogar bem, fazer bons jogos e melhorar meu tênis. Acho que o ranking vai ser fruto disso. A longo prazo, quero primeiro entrar no top 100, depois quem sabe top 50, jogar chave principal de todos os torneios de Grand Slam, Masters, além dos torneios de primeira linha.
*ZHESPORTES