Atacante do inesquecível time do Brasil-Pel montado por Valmir Louruz, morto no início da tarde desta quarta-feira em Porto Alegre, Bira ainda não conseguiu assimilar a perda de quem considera como um pai. O ex-jogador, que esteve ao lado do comandante em uma bonita homenagem no Bento Freitas, antes do jogo entre o Xavante e o Flamengo pela Copa do Brasil, não hesita em classificar Louruz como o personagem mais importante de sua carreira profissional.
- Foi uma relação de pai para filho. Era essa minha relação com ele. Foi ele quem me criou. Me ajudou, me posicionou, me fez entender uma série de coisas, como profissional e ser humano. Está sendo um dia muito complicado. Hoje morre um pedaço muito grande de mim - disse, com a voz embargada, o centroavante do time semifinalista do Brasileirão de 1985.
- O futebol perdeu um cara que não vai se encontrar outro igual. Pela humildade, pelo respeito que tinha pelo profissional, pela maneira com que tratava os jogadores. Quem não aprendeu com ele, não vai aprender - completa Bira.
Artilheiro da campanha histórica no time de 1985, com 16 gols no Brasileirão daquele ano, Bira lamentou não ter atendido a um convite de Louruz no ano seguinte. Na época, o treinador quis que o ex-comandado, então no Grêmio, voltasse a trabalhar com ele no CSA, de Alagoas. Bira acabou fechando com o Vitória.
- Me arrependo até hoje de não ter trabalhado com ele mais uma vez. Tudo que eu sei hoje, aprendi com esse cara. Tenho muito orgulho de dizer que é o meu pai, meu mentor - afirma o ex-jogador.
* ZH Esportes