A próxima reunião do grupo de estudos da Fifa sobre o TPO (third- party ownership) está marcada para o dia 22 de janeiro em Zurique, na Suíça. Um encontro apenas para tratar de detalhes da aplicação do que já está definido. A partir de 1º de junho de 2015, estará proibida a participação de investidores nos direitos econômicos de jogadores de futebol. Não será mais possível para os clubes celebrar contratos com o envolvimento de terceiros.
Por terceiros entenda-se investidores, agências esportivas, agentes, intermediários, fundos de investimentos, sociedades e até os próprios atletas e seus familiares. Essa última parte da regulamentação atrapalha a vida dos empresários, que buscam brechas na nova lei. A Fifa promete ser rigorosa no controle. Monitora tudo através do TMS (Transfer Matching System) e já definiu o próximo alvo: os clubes hospedeiros, como o Deportivo Maldonado do Uruguai, utilizado por Juan Figer para vincular seus empresariados antes de uma transferência.
O objetivo é que os clubes voltem a ser donos de 100% dos direitos econômicos dos jogadores. Por trás disso, está uma clara pressão dos grandes europeus, principalmente da Inglaterra e da Alemanha. Sem a força política do ex-presidente da AFA, o argentino Julio Grondona, falecido em 2014, a Conmebol foi facilmente derrotada nos bastidores.
Por enquanto, as negociações ainda estão liberadas. O Inter, por exemplo, poderá trazer o meia De Arrascaeta com a ajuda de Delcir Sonda. Mas com um detalhe. Existe um período de transição. As negociações efetivadas até 31 de maio de 2015 terão duração de apenas um ano - esse será o tempo para recuperar o investimento. A partir do dia seguinte, 1° de junho de 2015, o uso deste expediente estará banido.
Assim, o prognóstico para as próximas janelas é de um enfraquecimento dos clubes sul-americanos. No Rio Grande do Sul, com os investidores, foram trazidos reforços importantes, como D'Alessandro no Inter e Giuliano no Grêmio. Mas não é só isso. Também é possível evitar vendas. Em 2014, o Grêmio negociou Bressan, Ramiro e Matheus Biteco, recebeu dinheiro e ficou com eles repassando percentual dos direitos aos investidores. Na prática, vendeu sem precisar entregar. Se a Fifa for dura como promete ser, isto daqui para frente será impossível. Vai faltar dinheiro para contratar e sem a proteção de nomes como Delcir Sonda e Celso Rigo, os preços na hora da transferência para o Exterior vão cair. É tudo que os europeus querem. Será deles a pressão para uma fiscalização rigorosa. Deste jeito, a diferença entre os continentes vai aumentar.
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