Com pelos menos duas décadas de experiência em julgamentos no STJD, os advogados João Zanforlin, do Corinthians, e Domingos Moro, do Corinthians, preveem dificuldades para que o Grêmio consiga reverter a pena no julgamento. Fatores como o elogio do presidente Joseph Blatter, da Fifa, à exclusão, e o reduzido tempo para que a tabela da competição seja refeita pesam contra o clube.
- A tese do Grêmio é defensável. Até onde um torcedor é vinculado ao clube? Se a injúria partisse de um diretor ou de um conselheiro, a condenação seria mais justa - entende Zanforlin.- Mas o processo tornou-se mais difícil depois que Blatter aprovou a exclusão. Pela repercussão, a decisão que se encaminha é a manutenção da pena.
Domingos Moro elogia a tese jurídica do Grêmio, segundo a qual a perda de pontos é o que prevê o artigo 243 -G Acredita que numa discussão mais ampla, como hoje, ela poderá vingar.
- O tribunal sabe que o caso exigia uma resposta. Mas essa resposta também pode ser a perda de mando de campo, algo mais condizente com o fato. Tudo é possível num julgamento. Depois do caso Petros (pena revertida de 180 dias para três jogos), ficou muito ruim a posição do STJD. O tribunal tem que ser repensado - avalia Moro.
Sua preocupação é com o fato de a primeira rodada das quartas de final ser realizada já na próxima semana, tendo Botafogo e Santos, no Maracanã, como uma das partidas. Por isso, ele diz não entender porque o Grêmio festejou o adiamento do julgamento de 19 para 26 de setembro.
- Acho que ficará muito em cima para a CBF fazer qualquer alteração - afirma.