Movimentos sociais, organizações civis, partidos políticos, pessoas atingidas por grandes obras e ativistas prometem ir às ruas nesta quinta-feira (15) com a bandeira: "Copa sem povo: tô na rua de novo". Em Porto Alegre, cerca de 30 manifetsantes já iniciaram os protestos com bloqueios alternados na Avenida Ipiranga, próximo da Érico Veríssimo, durante cerca de 20 minutos pela manhã. Para as 18h está marcada uma marcha pelas ruas da Capital.
As mobilizações deste 15 de maio, intitulado 15M - Dia Internacional de Lutas contra a Copa - foram definidas no início do mês, no Encontro dos Atingidos – Quem Perde com os Megaeventos e Megaempreendimentos, organizado pela Associação Nacional dos Comitês Populares da Copa (Ancop), para denunciar violações de direitos humanos que ocorreram durante a preparação do Mundial.
Estão agendadas manifestações em, pelo menos, sete cidades-sede da Copa do Mundo - Rio de Janeiro, Distrito Federal, Fortaleza, Belo Horizonte, São Paulo, Porto Alegre e Salvador, além de Vitória, no Espírito Santo e, Santiago, no Chile. As confirmações pelo Facebook passavam das 12 mil até a noite de ontem (14).
Os manifestantes pretendem tomar as ruas, como ocorreu em junho do ano passado, quando uma série de atos mobilizou milhares de brasileiros durante a Copa das Confederações. Em manifesto, ativistas e movimentos que convocaram o 15M apresentam 11 reivindicações, dentre as quais, o arquivamento dos projetos de lei que tipificam crime de terrorismo ou ampliam penas para danos causados durante manifestações. Os atos também cobram a desmilitarização das polícias, pensão vitalícia para as famílias dos nove operários mortos trabalhando na construção de estádios da Copa, bem como a responsabilização das construtoras.
Os movimentos também reivindicam o fim dos despejos e das remoções forçadas, a realocação de todas as famílias atingidas e a garantia de moradia digna. Defendem a democratização dos meios de comunicação, com ênfase nas transmissões dos jogos, que será feita com exclusividade pela Rede Globo, e investimentos em transporte público de qualidade, além da tarifa gratuita nos transportes públicos – pauta que movimentou o país, no ano passado.
Cada cidade tem uma programação própria dos atos, mas a maior parte das passeatas está prevista para o período da tarde.