A Seleção Brasileira chegou ao Chile, para a Copa do Mundo 1962, como favorita, atual campeã mundial e detentora de uma constelação de craques. Porém, logo no segundo jogo, no empate por 0 a 0 com a Tchecoslováquia, um susto imenso. O craque Pelé se machucou e ficou fora da competição. O substituto escolhido pelo técnico Aimoré Moreira foi o botafoguense Amarildo.
“Foi uma prova de quem eu era e quem eu poderia ser. O Pelé era uma flor de jardim. Era o jogador mais valorizado. Se perdêssemos a Copa, eu certamente não estaria aqui dando esta entrevista. A culpa iria cair toda sobre mim. Mas assumi esse risco com muita tranquilidade e muita confiança. Nunca tive medo de nada. Nunca tive tremedeira”, conta Amarildo.
O jogador do Botafogo foi o substituto de Pelé na escalação. Mas quem herdou o posto de craque da Seleção foi Garrincha, companheiro de Amarildo no Alvinegro carioca. “A lesão do Pelé deu ao Garrincha ainda mais responsabilidade. O campo para ele ficou maior. Eu nunca vi ele se mexer tanto, quanto ele se mexeu naquele jogo contra a Espanha (o terceiro da Copa). Ele jogava na ponta e passou a ocupar também o espaço do Pelé. Passou a se multiplicar e a se movimentar por todos os lados do campo. Ele sabia que precisaria ser mais do que estava sendo”, explica Amarildo.
Amarildo Tavares Silveira, o Amarildo, nasceu em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, em 29 de julho de 1939. Foi bicampeão mundial com a Seleção Brasileira, na Copa do Mundo de 1962, no Chile. Antes reserva, foi o substituto de Pelé, quando o Rei abandonou o certame mais cedo, lesionado.
Assista vídeos do jogador:
Gol de Amarildo, de cabeça, contra a Espanha, após passe de Garrincha, na Copa do Mundo de 1962
Gols de Brasil 3 X 1 Tchecoslováquia, na final Copa 1962. Amarildo marcou o primeiro do Brasil, após a Seleção ter saído atrás no marcador
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