Depois de ficar um dia longe do pódio do Mundial de Natação Paralímpica, em Montreal, Canadá, o nadador brasileiro Daniel Dias voltou o ponto mais disputado do complexo aquático do Parc Jean-Drapeau neste sábado, 17.
Ele conquistou o ouro nos 100m livre, classe S5, ao marcar o tempo de 1min09s72, cinco segundos mais rápido que Roy Perkins, dos EUA, prata. Este foi o quinto ouro de Daniel em Montreal.
O Brasil ainda ganhou uma medalha de prata neste sábado com Andre Brasil, nos 100m costas, S10. O carioca cumpriu a distância em 1min00s44 e ficou apenas três décimos de segundo acima do campeão, o norte-americano Justin Zook.
Com os resultados de sábado, o Brasil chegou ao total de 21 medalhas, sendo nove de ouro, sete de prata e cinco de bronze, números que mantiveram o país na quinta posição do quadro geral do campeonato.
Na noite de sexta-feira, 16, o time brasileiro do revezamento 4x50m medley (20 pontos) venceu a prova, mas foi desclassificado porque o nadador Talisson Glock ficou tempo demais na água depois de passar a prova para Ronystony Cordeiro. A delegação brasileira protestou contra a decisão, mas o protesto foi negado e a medalha de ouro foi para a equipe da Ucrânia.
A vitória de Daniel neste sábado veio mais uma vez em cima do americano Roy Perkins, que concluiu os 100m em 1min14s35. Daniel já estava com boa vantagem na primeira metade da disputa, mas não diminuiu o ritmo para tentar bater o recorde mundial, que hoje é de 1min08s39 e pertence a ele mesmo.
- A gente sempre quer melhorar as marcas. Mas conforme foi surgindo o cansaço na competição, eu fui mentalizando outros tempos e isso deu certo. Essa era uma prova que esperava bater o recorde mundial, mas não veio. Então vamos pensar no Rio-2016 e, quem sabe, lá eu quebre todos - resumiu, otimista.
A prova dos 100m costas, S10, foi de alto nível. O vencedor, Zook, é detentor do recorde mundial (1min00s01), e não superou a marca por sete centésimos. Andre nadou lado a lado com o campeão, e chegou a liderar por alguns momentos, mas nos metros finais, o norte-americano foi melhor.
- Queria ter virado melhor, mas, dentro da competição, a prata é um ótimo resultado - disse Andre, ao lembrar a maratona de provas em que participou. Ele ainda nada a final dos 50m livre, S10, e o revezamento 4x100m medley (34 pontos.
Nos outros resultados do dia, o Brasil ficou em 5º lugar nos 50m borboleta, S6, e em 4º nos 100m costas, com Talisson Glock; nos 50m borboleta, S6, Maria Dayanne Silva terminou na 7ª posição. Verônica Mauadie fechou os 50m borboleta, S7, no 7º posto.
Joana Neves chegou em 5º nos 100m livre, S5. Daniel Dias, Andre Brasil, Talisson Glock são atletas do Time São Paulo, uma parceria do CPB com a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com deficiência de São Paulo, que apoia 41 atletas de nove modalidades.
A participação brasileira no Mundial de Montreal é custeada por um convênio com o Ministério do Esporte. A parceria, que também financiou a equipe de atletismo em Lyon, no Mundial da modalidade, ainda abraça outras 13 modalidades.
A delegação com os atletas brasileiros que participaram do Mundial chegam ao Brasil nesta terça-feira, 20. Todos eles retornam ao país pelo aeroporto de Guarulho, em São Paulo. No primeiro grupo, que desembarca às 5h40min, no voo 8091 (via Miami), da TAM, está Andre Brasil.
No segundo grupo, com horário de chegada previsto para 7h10, no voo 8113 (via Cidade do México), da TAM, entre outros, estão os medalhistas Adriano Lima, Clodoaldo Silva, Daniel Dias, Joana Neves, Matheus Rheine, Phelipe Rodrigues, Roberto Alcalde, Ronystony Cordeiro, Ruiter Silva, Susana Schnarndorf e Talisson Glock. Às 10h55min, no voo 0090 (via Toronto), da Air Canada, chegam os demais atletas e treinadores.