Com muito suor, o Aimoré volta à elite gaúcha depois de tortuosos 19 anos. O empate em 1 a 1, com gols de Rangel - para o Riograndense - e o tento salvador de Luanderson, aos 34 minutos do segundo tempo, garantiu o time na primeira divisão, após a vitória por 3 a 2 na última quinta-feira em Santa Maria. Agora, a tarefa é permanecer ao lado dos grandes clubes do Rio Grande do Sul pelos próximos anos.
De 1994, quando caiu para a segundona, para cá, o Índio Capilé chegou a amargar o amadorismo, no início da década passada. A situação, a partir de agora, deve mudar. A vaga na primeira divisão do Campeonato Gaúcho de 2014 fará com que o clube receba uma injeção de recursos sem precedentes em sua rica história - revelou jogadores do naipe de Mengálvio, meia campeão com a Seleção Brasileira em 1962 e bimundial e da Libertadores com o Santos de Pelé, e Luiz Felipe Scolari.
O Brasil-Pel e o São Paulo, campeões de cada turno da divisão de acesso, receberão verba de cerca de R$ 1 milhão da Federação Gaúcha de Futebol para o próximo ano. O vencedor da terceira vaga - no caso, o Aimoré - receberia metade do valor. No entanto, o presidente Francisco Noveletto disse que o clube de São Leopoldo deve ganhar mais.
- A FGF ajuda bastante os clubes. O que podemos fazer para colaborar com o Aimoré nós já fazemos com as cotas. É de quase R$ 1 milhão - apontou o dirigente máximo do futebol gaúcho.
Sabendo do discurso de Noveletto, o presidente do Aimoré, Felipe Becker, abriu um sorriso de orelha a orelha e soltou:
- Se isso for confirmado, vou dar um beijo no presidente Noveletto - disse, às gargalhadas.
Com o valor, o clube visa contratar novos jogadores para o elenco e garantir a renovação de contrato do técnico Ben-Hur Pereira para o ano que vem.
- Eu era diretor de futebol em 1987 quando subimos à primeira divisão e o Ben-Hur jogava nesse time. Temos uma excelente relação. Acredito que vamos chegar a um acordo nesta semana ainda. Mas não nesta segunda-feira, que o pessoal vai estar de ressaca - afirmou Becker.
Ben-Hur Pereira, por outro lado, disse ter recebido nas últimas semanas convite de dois clubes que disputarão a primeira divisão gaúcha e ainda de outro que disputa a Série D.
- Recebi as propostas, mas não posso falar o nome dos clubes. Não seria ético da minha parte. Além disso, há uma sondagem de uma equipe que está envolvida com o Brasileirão. Mas a minha prioridade é o Aimoré. Acredito que a diretoria me faça uma boa oferta para ficar - falou o treinador que fez o Índio Capilé subir para a elite.
Infraestrutura
O mandatário do Aimoré ainda disse que há negociações em andamento para que o clube ganhe uma arena com capacidade para 12 mil lugares. Ele admite também que o Índio Capilé conversa com a empresa Hyundai, que monta fábrica em São Leopoldo, para ser a patrocinadora do clube para a próxima temporada.
- Temos cinco hectares de terreno no Cristo Rei. A nossa ideia é oferecer dois hectares e meio em troca de um estádio moderno para 12 mil pessoas. Quanto a Hyundai, a possibilidade é concreta. Estamos conversando e pode ser que pinte uma parceria para os próximos anos. Chegamos para ficar - emendou o presidente.
Após a conquista da vaga, alguns jogadores foram comemorar com os torcedores, em carreata que invadiu as ruas do centro de São Leopoldo. Outra parte do elenco e todos os dirigentes encaminharam-se para o restaurante Capri, estabelecimento próximo ao estádio Cristo Rei.
Divisão de Acesso
Após acesso à primeira divisão, presidente do Aimoré promete time e estrutura "para ficar"
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