Títulos da Copa do Brasil, da Libertadores, do Campeonato Turco, gol na Liga dos Campeões e, mesmo assim, Márcio Mossoró foi viver uma de suas maiores emoções no futebol nos últimos momentos de sua carreira. De volta à cidade que leva no seu nome, o ex-jogador do Inter viveu na quarta-feira (12) a experiência de jogar profissionalmente ao lado do filho Nikolas, de 16 anos.
Foi em uma partida de peso. O Potiguar, clube da cidade de Mossoró, precisava, ao menos, do empate contra o Santa Cruz de Natal para garantir a terceira colocação no Estadual. A reboque viriam vagas na Copa do Nordeste e na Série D do ano que vem — ainda há a possibilidade de conseguir um lugar na Copa do Brasil. Pai e filho passaram os minutos finais juntos em campo na vitória por 3 a 1.
— Foi uma experiência única. Foi especial demais. Nunca imaginei viver isso, ainda mais jogando na minha cidade — conta Mossoró, de 39 anos.
A passagem no clube da localidade onde nasceu tem sido de fortes emoções. No ano passado, em sua estreia pelo Potiguar, Mossoró teve seus pais acompanhando pela primeira vez uma partida sua in loco. No jogo, ele marcou um gol para emocionar a todos.
Fazendo as contas, se Nikolas completou 16 anos no começo deste ano, significa que ele nasceu nos primeiros dias de 2007, quando Mossoró ainda vestia a camisa do Inter. Gaúcho de nascimento, o garoto deixou Porto Alegre aos quatro meses, quando o pai foi atuar em Portugal.
— Sempre acompanhei a carreira do meu pai. Vi todos os vídeos que existem dele na internet. Sou muito orgulhoso por tudo o que ele fez como jogador. Estou muito contente de ter jogado com ele. Foi uma experiência muito especial — contou o estreante.
A alegria da campanha do Potiguar no regional é tripla para Mossoró. Além de festejar como jogador e como pai, ele celebra o resultado como diretor. O camisa 8 faz a transição para virar dirigente. O resultado é considerado um pequeno milagre já que a folha salaria do clube ronda a casa dos R$ 80 mil.
Agora, depois da estreia do filho, ele tem uma decisão difícil para tomar. Os próximos dias serão dedicados a decidir se pendura as chuteiras ou se desfruta de mais alguns dias como jogador.
— Estou o perturbando para jogar um pouco mais — revela Nikolas.
E é difícil dizer não para o pedido de um filho, não é, Mossoró?