Esse negócio de jogar no gol é maluco. Estando entre as traves, não basta ser bom: é necessário que os adversários finalizem bastante na tua direção. Danilo Fernandes e Marcelo Lomba são bons goleiros. A diferença aqui é que o reserva tem sido mais exigido.
Quer dizer: mesmo que o goleiro seja ótimo, ele não vai aparecer se o time contrário não chutar bastante. Marcelo Lomba tem, além de muita competência, a “sorte” de ser metralhado a cada vez que pisa no gramado como titular do Inter. Já havia sido assim na Copa do Brasil no ano passado, quando da primeira lesão do Danilo. Lomba assumiu o arco e pôde ser O Salvador da Pátria Vermelha na disputa de pênaltis contra o Corinthians.
No campeonato gaúcho até aqui, não consigo me lembrar de nenhuma grande defesa do nosso careca barbudo favorito. E isso não quer dizer que ele seja ruim, ou que passe por fase pior. Ocorre que não chutaram bolas boas para que Danilo se consagrasse. Lomba, ao contrário, assim que assumiu a função de última linha de defesa tem sido exigido – e muito! Só ontem, foram dois milagres. Duas defesas memoráveis, marcantes, dignas de placa no Estádio do Vale.
Exigência e visibilidade
Temos dois excelentes goleiros. Ambos com condições técnicas dignas de titularidade em qualquer time. Ocorre que Lomba parece muito mais exigido e, portanto, acaba aparecendo muito mais do que Danilo aparecia antes da sua lesão. Marcelo, neste momento, na opinião deste goleiro-frustrado aqui, aparece acima nessa disputa justamente por sofrer mais chutes contra si. Esse negócio de jogar no gol é bem maluco.