O Inter negocia com Nilmar para que o atacante retorne ao Beira-Rio em um contrato por produtividade. Colunistas do Grupo RBS avaliaram a possibilidade de o jogador reforçar o clube no restante da temporada.
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Luiz Zini Pires, colunista de ZH
Não. Claro que não. O Inter precisa pavimentar seu futuro. Imaginar que as soluções moram nos pés de jogadores que deram certo no passado é viver no mundo dos sonhos. Mirem-se no exemplo recente de Alex. Outro? Ceará. Você pode imaginar o tempo que Nilmar, quase 33 anos e desde 2015 no inexpressivo futebol do Oriente Médio, levaria para entrar em forma? Não?
Nilmar está longe do futebol de alta competição desde julho de 2015. Faça as contas e acredite se quiser.
David Coimbra, colunista de ZH
Nilmar é um homem de caráter e foi um grande jogador. Não sei se ele continua sendo um grande jogador, mas certamente seu caráter não mudou. Se ele não pudesse contribuir com o Inter, diria. Se ele voltar ao Inter, não será o mesmo de temporadas passadas, mas algum acréscimo trará. É como D'Alessandro: ainda que D'Alessandro só possa jogar uma vez por semana, ele faz diferença.
André Baibich, repórter de ZH
O Inter dos últimos anos tem uma irremediável mania de repatriar ídolos. Na grande maioria das vezes, não dá certo. O ataque, com Nicos e Pottkers, não é o setor mais carente do time. O contrato de produtividade dá a ilusão de que o clube não tem nada a perder, mas não é bem assim. Nilmar carregaria com ele uma enorme expectativa. Se ele não render, como é de se esperar com base nos últimos anos de sua carreira, frustraria essa expectativa. E de expectativas frustradas o torcedor já está um tanto cansado.
Diogo Olivier, colunista de ZH e comentarista da RBS TV e da Rádio Gaúcha
É a velha ideia de buscar soluções no passado. Não sei como está Nilmar hoje, mas certamente não é o do passado. Aquele era craque. Em sua última passagem, já não rendeu o esperado. Passou muito tempo no departamento médico. Jogador vindo do mundo árabe costuma demorar a adquirir ritmo de competição. O Inter não tem tempo de esperá-lo. É possível que, mesmo assim, com uma perna, seja superior aos zagueiros da Série B, mas acho que, neste momento, o Inter tinha de equilibrar seu elenco. O foco é buscar zagueiro, meia e lateral.
Leonardo Oliveira, colunista de ZH
Criticar contratação de centroavante é sempre um risco. Mas, neste caso de Nilmar, não há como se posicionar a favor. Trazê-lo pela terceira vez é manter a cultura recente do clube de olhar para trás. E todos sabemos onde isso acabou lá no Beira-Rio. Contra Nilmar, ainda há o retrospecto recente. Em 2014, demorou a jogar. No ano seguinte, foi discreto, no máximo. Agora, ele volta de dois anos nos Emirados Árabes e, convenhamos, lá não está em um campeonato que podemos qualificar como competitivo. Aos 32 anos e com cirurgia nos dois joelhos, isso cobra um preço muito alto. Fechar com Nilmar agora significa tê-lo numa melhor forma apenas lá por setembro. Nem esse tempo o Inter tem.
Pedro Ernesto Denardin, narrador da Rádio Gaúcha
Voltar com ex-jogador é como voltar para a ex-mulher, quase nunca dá certo. A última vez que esteve aqui, já não jogava quase nada. Acho que não será solução. O problema do Inter não é atacante, está no meio, no zagueiro, no lateral, que já jogaram seis. Tem outros problemas mais importantes do que os atacantes.
Adroaldo Guerra Filho, comentarista da Rádio Gaúcha e colunista do DG
Sou fã do Nilmar. Mas acho que é hora de pensar mais à frente. Ele vem de um futebol não tão competitivo. Acho que o Inter não carece de problemas ofensivos. A dificuldade está do meio para trás. No momento, me parece que é supérfluo.
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