– A minha decisão de vir para o Inter foi total. Tanto é que em dezembro tive proposta de um outro grande clube (o Corinthians) e não fui. Não consegui dizer não para o Inter. Relação foi longa e profunda. Dentro da minha casa, meus dois filhos são colorados. É motivo de muito orgulho estar sendo convidado para tocar o clube neste momento dificuldade e estar sendo escolhido para reconduzir o clube a onde ele não deveria ter saído. Eu procurava por essa oportunidade. Não venho por dinheiro, venho pela oportunidade – disse Guto, que ainda falou sobre as lições que aprendeu com Tite: – Se você acompanha as equipes que eu dirigi, elas têm marcação ofensiva, jogo de transição rápida e a imposição de jogo. O cara que influenciou muito a minha carreira no Inter foi o Tite. E uma coisa coisa que aprendi com ele foi buscar o controle de jogo. A partir de quando conseguiremos? Não sei. Depois de um tempo, conseguimos fazer isso no Bahia, na Chapecoense. E o Inter tem condições de me oferecer mais e mais na questão de material.
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O técnico evitou rotular-se especialista da Segunda Divisão por conta do acesso do Bahia para a Séria A. Aliás, chegou a dizer que, em uma possível perda da Copa Nordeste, seu cargo à frente da equipe baiana poderia estar a perigo.
– Talvez, se eu não tivesse ganho a Copa do Nordeste, eu poderia não estar empregado – disse, para emendar sobre se é um especialista em acesso à primeira divisão: – Não. Fizemos trabalhos bons na Série A. Quando saímos da Chapecoense, estávamos em oitavo. Não sou especialista de Série A ou B. Trabalho com futebol.
O Inter firmou com Guto Ferreira um contrato de sete meses, que expira em dezembro de 2017. O acordo, no entanto, prevê renovação automática de mais um ano caso a equipe confirme o acesso à Série A do Brasileirão.
O treinador também falou sobre o apelido de Gordiola que recebeu ainda na Ponte Preta, fazendo referência a Pep Guardiola. Disse que ajudou quebrar um pouco do preconceito e via de forma carinhosa quando a torcida do Bahia passou a utilizá-lo. Ainda assim, prefere que se valorize o trabalho, e não um apelido:
– Esse apelido foi colocado ainda na Ponte Preta. Ele quebrou um pouco o prconceito que existe com o gordo. Fui recebido de forma carinhosa pelo povo baiano, mas prefiro ser valorizado pelo trabalho que eu faço. As pessoas ficam pelo apelido e deixam de visualizar o que está sendo feito. Então, é melhor valorizar o trabalho, mesmo que o apelido seja respeitoso.
Guto Ferreira faz sua estreia à frente da equipe colorada já às 19h deste sábado, diante do Juventude, no Beira-Rio. Pelo discurso que adotou, que "prefere trabalhar com repetições", a equipe deve ser semelhante a que venceu o Palmeiras nesta quarta-feira, com a saída de Gutiérrez, a serviço da seleção chilena, e o ingresso de William Pottker.
Campeão da Copa São Paulo de Juniores com o Inter, em 1998, Guto ficou 13 anos na base colorada. No time principal, ele foi campeão gaúcho em 2002, como interino, após a demissão de Ivo Wortmann, em meio ao Estadual. Em 2008, na transição colorada de Abel Braga para Tite, Guto voltou a ser o interino do time principal. Em 2010, em um de seus últimos trabalhos pelo Inter, estava atuando como observador dos adversários do clube na Libertadores. Guto rodou por diversos clubes pequenos até ganhar visibilidade na Ponte Preta. No ano passado, trocou a Chapecoense na Série A pelo Bahia, na Série B. Subiu os baianos e, na semana passada, conquistou a Copa do Nordeste, ao bater o Sport na final.
*ZHESPORTES