Eleito presidente do Conselho Deliberativo do Inter para o biênio 2017/2018, o advogado Sérgio Juchem, 70 anos, tem uma larga história no clube. Recentemente, é pai do vice-jurídico do clube, Gustavo Juchem. Bem antes disso, foi tornado sócio colorado aos seis anos de idade, quando acompanhava o pai nas tardes de domingo, nos Eucaliptos.
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Foi vice-presidente jurídico do Inter, na gestão Fernando Miranda, e integrou os movimentos Ação Independente Colorada e o Acorda, Conselho. Hoje, é um conselheiro independente. Especializado em direito internacional, Sérgio Juchem defendeu o Inter em quatro casos na Suíça, em julgamentos na Fifa e no CAS. Em duas delas, nos anos 2000, um processo contra o Bayer Leverkusen, no qual o Inter recebeu US$ 1,3 milhão pela venda do zagueiro Lúcio; além de cobrança ao Olimpia pela compra do volante Enciso (mais U$S 700 mil).
– Eu brinco, que sou um colorado de US$ 2 milhões – diz o novo presidente do Conselho colorado.
Por que o senhor decidiu assumir a presidência do Conselho justamente em um ano grande dificuldade?
Depois que o Gustavo (Juchem) assumiu como vice-jurídico, perguntaram para ele: "Será que teu pai aceita se candidatar à presidência do Conselho?". Ele então me perguntou e eu disse que jamais havia pensado nisso. Mas também havia dito ao Gustavo, antes de ele assumir, que essa era a hora de ajudar o clube. E ele me devolveu a resposta. Como sou coerente com o que digo, aceitei concorrer. Mas sou conselheiro independente, sequer podia fazer campanha, defender algum movimento.
O fato de o seu filho ser o vice-jurídico do clube, pode interferir de alguma forma em suas decisões?
Não interfere, pois as competências são totalmente diferentes. Não há contaminação. Elegemos uma chapa plural para a mesa do Conselho, pela situação, é verdade, mas com a preocupação de ter a devida independência. Não se queria que o Movimento Inter Grande (MIG) tivesse a cabeça da chapa, a fim de evitar que um mesmo movimento tivesse o clube na mão, com a presidência, o futebol e o Conselho, algo que não é saudável. É preciso o equilíbrio. Vamos apoiar o Inter, mas com a preocupação de respeitar as minorias, com ética, legalidade, democracia, independência, transparência e modernização.
O Conselho do Inter ganhou fama nos últimos anos por estar rachado e, em alguns momentos, ser até mesmo "fratricida". Como o senhor pretende lidar com isso?
É verdade. Mas vamos trabalhar para que isso não ocorra. Na eleição passada, dois anos atrás, o ambiente era tenso. Agora, já era um ambiente saudável, distensionado. O processo todo seguiu sem incidentes. Já se sente um novo ambiente. Talvez seja a união na crise. Se não nos unirmos agora, jamais sairemos dessa crise.
Como um advogado com experiência no CAS (Corte Arbitral do Esporte), o que o Inter pode esperar do julgamento do Caso Victor Ramos, no próximo dia 4?
Só posso atestar que é um Tribunal extremamente sério. O Inter vai ter um julgamento honesto e sério.
* ZHESPORTES