A morte de Luiz Fernando Costa no início de 2015 adiou um desejo de Iarley. O multicampeão com a camisa do Inter e o então vice de futebol à época encaminhavam o retorno do ex-jogador ao vestiário profissional. Virou "embaixador" colorado na Libertadores da temporada passada pela ESPN, onde comentava os jogos do Inter na competição.
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Com o convite para voltar ao clube onde conquistou a Libertadores e o Mundial de 2006 refeito, desta vez pelo presidente Vitorio Piffero, Iarley viu que era a hora de aceitar um novo desafio. O projeto, diferente do apresentado da primeira vez, começa em Alvorada, no CT Morada dos Quero-Queros. Sua missão, agora, é garimpar talentos na base, ajudar na formação dos atletas e revelar grandes nomes para o futebol.
Como foi a decisão de retornar ao Inter?
Isso aconteceu no início do ano passado, com o finado Luiz Fernando (vice de futebol à época morreu aos 53 anos vítima de um infarto). Estávamos conversando sobre a possibilidade de retornar, trabalhar. Infelizmente, teve o falecimento dele e, naquele momento, eu tinha outras coisas em Fortaleza, e acabou não dando para vir. E aí veio ao convite do presidente Vitorio Piffero. Desta vez, a coisa deu certo. Ele quer que eu faça um trabalho de transição, da base para o profissional. Achei bem interessante.
A ideia inicial já era trabalhar na base?
Não. A ideia era trabalhar no vestiário, no profissional. Mas achei até bom, até mais interessante começar na base. Acabo conhecendo mais o clube, vejo como funciona a formação. E, quem sabe, no futuro trabalhar no profissional.
Qual será a sua função?
A função é coordenador técnica, juntamente com o Ortiz. Ele já faz um trabalho muito bom excepcional, tem muita viagem. Tem um grupo indo para a Malásia, outro indo para o Brasileiro. Então, dá para gente coordenar bem, se dividir bem nas categorias, para acompanhar a evolução de cada atleta.
Base vencedora dá uma ansiedade a mais para iniciar o trabalho?
Não, de maneira nenhuma. Isso é fruto do trabalho. Mas a grande intenção, na verdade, a minha particularmente, é transformar jogadores na maior qualidade possível, chegar no profissional e se formar. A formação é mais importante na base do que a conquista dos títulos. Isso vai acontecer naturalmente.
Já é possível ter uma percepção deste grupo da base?
O trabalho é muito bom, excepcional. Não tenho nada para mudar, só acrescentar. Tenho 22 anos de experiência, vários títulos. Vamos ajudar esses profissionais a ter mais condições de servir ao Inter.
O que o torcedor do Inter pode esperar do time sub-20, que viaja nesta quinta para fazer a estreia no Brasileirão?
Percebemos já de cara. É uma função que eu domino bem, conheço bem o que estão fazendo, fica fácil. É um time com bastante qualidade, muito veloz. E, vamos, sem dúvida nenhuma, com a expectativa de fazer um grande campeonato, e descobrir grandes jogadores.
Fazer o jogador da base não perder o foco quando sobe para o profissional e retorna à base é um dos maiores desafios.
Esse é um trabalho que vamos começar a realizar juntamente com psicólogo do clube. Ele já está lá para deixar muito claro que, quando o jogador sobe, é porque tem potencial. Quando desce, vem para manter ritmo de jogo. Se está no profissional, você não joga. Ele subiu, mas não para ser titular. É preferível que ele venha, e jogue no time da base, para estar sempre preparado para quando o Argel precisar.
Está nos seus planos assumir um cargo como dirigente do Inter?
Primeiro de tudo, traço metas curtas. Minha meta é desempenhar o melhor papel dentro desta função, que a gente revele jogadores com muita qualidade e contrate cada vez menos, que possamos criar esses jogadores na base. Vou tentar acrescentar mais qualidade, para que esses atletas virem jogador e homens. É importante trabalharmos com o ser humano, que eles sejam cidadãos também, que possam ter estrutura familiar, condições sólidas tanto no profissional e pessoal.
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