O que separa o Inter do centroavante Henrique Almeida

Ainda que o jogador tenha obtido na Justiça do Trabalho a liberação do clube carioca, em virtude de salários que não lhe foram pagos, o Botafogo recorreu da decisão e aguarda a sentença. O processo ainda corre em primeira instância. No Beira-Rio, porém, há pressa em contar com o autor de 12 gols no Brasileirão do ano passado - um a mais do que Vitinho, o artilheiro colorado no campeonato - e, sobretudo, temor com uma possível reversão botafoguense na Justiça.

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Além disso, como há outros clubes interessados no atacante (como Grêmio e Corinthians, por exemplo), a direção do Inter já negocia com a do Botafogo a compra do jogar. Henrique Almeida custará cerca de R$ 6 milhões aos cofres colorados. 

- O Botafogo não se pronunciará agora sobre esse caso. Mas o Inter já está negociando conosco, sim. Ainda não desistimos de manter o vínculo do Henrique. Mas para revendê-lo, pois ele não tem mais clima para jogar aqui, depois que recorreu à Justiça contra o clube - disse um dirigente do Botafogo, que pediu anonimato. 

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Entre Inter e Henrique Almeida já há um acordo. O atacante de 24 anos já foi aprovado nos exames médicos, encaminhou com o Inter um contrato por quatro anos, com salário na casa dos R$ 150 mil, e até acompanhou dos camarotes à estreia do time de Argel Fucks na Primeira Liga, na noite dessa quarta-feira, no Beira-Rio. 

- No Coritiba, Henrique foi efetivo. Não foi brilhante tecnicamente, mas se encaixou e fez alguns gols. No Inter, pode dar certo porque tem bons jogadores que vão o colocar na cara do gol - opinou Jairo Silva, repórter da Rádio Transamérica, de Curitiba.

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Se deixou boa impressão no time paranaense, o mesmo não aconteceu no Salvador, onde jogou nos dois principais clubes. 

- É um jogador que não teve boas passagens por Bahia e Vitória. Desceu com o Vitória para a Série B e, no Bahia, chegou com pompa de titular, mas não conseguiu render. Tem força, apesar de não ser muito técnico. É brigador, trombador, e tem um bom poder de finalização - afirmou Júnior Leal, comentarista da Rádio Transamérica de Salvador.

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Criado nas categorias de base do São Paulo, nunca conseguiu se firmar.

- Henrique surgiu no São Paulo como uma grande promessa, mas não conseguiu explodir como era esperado. O São Paulo também teve culpa nisso, já que na época teve atacantes veteranos como Fernandão, Luis Fabiano, Ricardo Oliveira, além de cinco técnicos diferentes em dois anos, não dando espaço para ele.

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Henrique não joga desde o encerramento do Brasileirão, quando ajudou o Coritiba a se manter na Série A. Ainda assim, mereceu elogios de Tcheco. Ex-gerente de futebol do Coritiba e atual treinador do time sub-23 do Coritiba, ele entende que Henrique possa formar um bom trio ofensivo, ao lado de Sasha e de Vitinho:

- Henrique foi o jogador mais importante para a reabilitação do Coritiba no Brasileirão. É altamente técnico, tem boa finalização, e procura sempre estar bem posicionado na área para concluir. Joga pouco pelos lados, está quase sempre na função de  centroavante mesmo, centralizado. Foi onde ele rendeu melhor. Lembra um pouco o Bobô, que está no Grêmio. Sasha e Vitinho atuam mais abertos. Acho que dará um bom casamento com esse trio.

Colocar Henrique nos camarotes do Beira-Rio, durante a partida contra o Coritiba, foi considerado um erro estratégico. Sempre cautelosa em seus negócios, a direção colocou uma pressão extra sobre si para obter os direitos do atacante. O que deverá ser concretizado nos próximos dias.