Paulo César Tinga esteve em campo nos dramáticos momentos de decisão das campanhas da Libertadores de 2006 e de 2010 com o Inter. De certa forma, também estava pertinho no primeiro jogo da semifinal contra o Tigres, quarta-feira, no Beira-Rio, onde assistiu à vitória de 2 a 1 do time de Diego Aguirre sobre os mexicanos comandados dentro de campo por Rafael Sobis.
Bicampeão da América com o Inter, Tinga aposta que o clube fará a sua quarta final de Libertadores. Mas não sem antes passar por algum sofrimento na partida em San Nicolás de los Garza, cidade próxima a Monterrey, no México.
Jogo de gols
Apesar de o ataque do Tigres ser mais famoso do que a defesa, o time mexicano sofreu poucos gols em casa na Libertadores. Apenas River Plate e Universitário Sucre vazaram a zaga do Tigres em seus domínios no torneio. Por isso, o Inter precisa se esforçar para fazer gol(s), a fim de confirmar a passagem à final:
- Acredito na classificação do Inter. Mas com gols. Não será uma partida para 0 a 0. São dois times ofensivos. E o Inter precisará atacar, não pode pensar em apenas se defender. O Inter não é um time com vocação para se defender. Não são jogadores para cumprir uma função de marcação por mais de 45 minutos. Eles têm funções para definir os jogos. De Rodrigo Dourado a Lisandro López, todos têm condições de chegar à frente, de fazer gols.
Pressão em casa
Com a camisa vermelha, o ex-volante viveu situações distintas nas semifinais. Em 2006, contra o Libertad de Guiñazu, ficou de fora da semifinal por lesão, tanto no 0 a 0 de ida, quanto na vitória sobre os paraguaios por 2 a 0, em casa. Voltou nas finais contra o São Paulo e fez até gol na decisão. Em 2010, o Inter bateu o São Paulo de Fernandão no Beira-Rio por 1 a 0 e, depois, foi derrotado por 2 a 1 no Morumbi.
Meia comemora, com D'Alessandro, gol no Morumbi
Foto: Maurício Lima/AFP
Curiosamente, assim como ocorreu na final de 2006 contra o São Paulo, Tinga também foi expulso diante dos paulistas, na Libertadores de 2010. Para os supersticiosos, foi um sinal que o bicampeonato estava por chegar. E chegou.
- Especialmente em Libertadores, o time que precisa fazer o resultado em casa na segunda partida sempre entra em campo mais tenso, com um temor maior. E um gol do visitante muda tudo.
Relógio vermelho
Se para muitos a vitória do Inter por 2 a 1 sobre o Tigres pareceu magra e arriscada demais para ir ao México com certa tranquilidade, para Tinga a vantagem é totalmente vermelha. Escolado em mata-matas, Tinga elogiou o resultado construído em Porto Alegre. Ainda que o time tenha sofrido um gol, a equipe de Aguirre joga por diversos resultados, como empate e vitória, ou até derrota por diferença de um gol a partir dos 3 a 2.
- O Inter já começará a partida do México ganhando. Não precisa buscar o resultado, ao contrário do Tigres. Isso já é um primeiro passo. Por mais que possa parecer lugar-comum, o Inter precisa ter o relógio a seu favor. Se não sofrer gol nos primeiros 15 minutos, terá maiores chances. O Tigres levou dois gols em nove minutos no Beira-Rio e perdeu o jogo. A partida no México, definitivamente, não será para 0 a 0.
Galo em pele de tigre
Na temporada 2014/2015, o Tigres teve um aproveitamento de quase 70% em 31 jogos como mandante. Contra o Inter, terá o Estádio Universitário tomado por 42 mil torcedores. Para Tinga, os reforços da equipe mexicana deixaram o Tigres com um time no mesmo nível dos melhores clubes brasileiros.
- Vejo o Tigres uma equipe do tamanho do melhor time do Brasileirão, o Atlético-MG. Achei até parecidas as características dos jogadores. O Atlético-MG, porém, tem um pouco mais de velocidade. Mas isso pode ser bom, afinal, ao eliminar o Atlético-MG, o Inter se credenciou a conquistar a Libertadores.
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