O gol no Gre-Nal 422 valeu mais do que sacramentar a vitória do Grêmio sobre o maior rival. Para o autor do chute, despertou a esperança em uma virada na carreira. Rômulo, muitas vezes criticado pela torcida, renovou sua confiança em voltar a viver momentos alegres dentro de campo. Neste domingo (10), ele deve ser titular diante da Chapecoense no lugar do suspenso Maicon.
Em entrevista a GaúchaZH, o volante falou sobre o momento que vive na reta final da temporada, projetou sua vida em 2020, torcendo para que uma sequência de bons desempenhos mobilizem a direção para trabalhar por sua permanência. O empréstimo de Rômulo termina no mês que vem. Se o Grêmio não quiser mais, terá de voltar ao Flamengo (dono dos seus direitos econômicos). Confira abaixo:
O que representou o gol no Gre-Nal?
Já revi o gol várias vezes. Foi um dos mais bonitos da minha carreira, até porque eu não sou de fazer muitos gols. Foi um belo gol e importante por se tratar de um clássico tão grande. Me deixou muito feliz e quero seguir trabalhando para alcançarmos nosso objetivo até o final do Brasileirão.
Já revi o gol várias vezes. Foi um dos mais bonitos da minha carreira
RÔMULO
Sobre gol no Gre-Nal 422
Teve a intenção de tocar a bola por cobertura?
Fui realmente chutar. Quando vi a jogada se desenhando, vim de trás pensando em chutar. Procurei chapar a bola e fui feliz fazendo esse gol. Felizmente, pude acertar um belo chute, peguei ele (Danilo Fernandes) adiantado e o surpreendi.
Pretende permanecer no Grêmio? Já houve conversa para a sua renovação?
Ainda não houve conversa, mas é algo que a diretoria tem de resolver. Eu estou focado na classificação para a Libertadores. O meu desejo é permanecer no Grêmio. Aqui, reencontrei a alegria de trabalhar, de fazer várias coisas que até algum tempo atrás não vinha fazendo porque não tinha sequência de jogos. Isso faz a diferença, poder jogar e ficar feliz. Aqui no Grêmio reencontrei isso.
Como você lida com as críticas de parte da torcida?
Não sou um cara que aparece muito para a torcida, dando passes para gol ou fazendo. Sempre que jogo, procuro ajudar a equipe. Mesmo não aparecendo para a torcida, procuro ajudar. O Renato sabe o grupo que tem. Sempre que ele coloca alguém é procurando melhorar a equipe. Sou o cara que não vai aparecer muito para o torcedor, mas estarei sempre me entregando para ajudar ao máximo.
Foi difícil se adaptar ao estilo de jogo do Grêmio?
É um jogo muito rápido. O professor gosta de aproximação. Mas o Renato conhece bem as qualidades de cada jogador. Eu não tenho característica de estar toda hora com a bola nos pés, de driblar. Não sou de conduzir, como o Maicon e o Matheus Henrique. Eu sou o cara que gosta de dar ritmo de jogo com um ou dois passes, três no máximo, de fazer o jogo andar. Sou o volante que se posiciona mais na frente da área e faz o jogo andar com um ou dois passes.
Como é a relação com Renato Portaluppi?
O Renato é um cara bem tranquilo e brincalhão. Ele deixa os jogadores à vontade, sempre descontrai o elenco na hora certa. Também sabe quando tem que dar a bronca. Ele passa a imagem de ser marrento, mas no dia a dia é um cara que ajuda e dá conselhos, que vê bem a parte tática dos adversários.
Gostei de Porto Alegre logo que cheguei.É uma cidade acolhedora
RÔMULO
Você jogou cinco anos na Rússia. Há muita diferença dos técnicos brasileiros para os estrangeiros?
A diferença maior é que fora do Brasil se joga menos e você tem mais tempo para treinar. Aqui tem muito jogo e não se tem tanto tempo. Penso que a diferença é pouca. A metodologia de treino era parecida na Rússia com o que encontrei aqui no Brasil.
Com foi a adaptação a Porto Alegre?
Gostei de Porto Alegre logo que cheguei. Gosto um pouco de frio, morei na Rússia e isso já não era problema. É uma cidade acolhedora. Eu sou um cara mais de gostar de sair com a família, de ir a parques. Aqui tem bastante isso.