A direção colorada crê dia e noite em Anderson, 27 anos, 12 de carreira, cinco times. O treinador Argel Fucks acredita ainda mais, até porque os dirigentes pediram uma chance atrás da outra ao canhoto. Eu não creio mais. Você, não sei.
A torcida, pelo que leio e ouço, está dividida. Mas, hoje, os descrentes estão bem em grande vantagem.
O certo – ok, o quase certo, o futebol não tem verdades definitivas – é que o Inter fez a aposta errada. E muito cara.
Anderson não é um condutor de time, uma estrela, uma liderança qualificada em campo. Nada começará por ele. Não espere ritmo de craque nas passadas dele. Suas deficiências no passe longo e no chute são conhecidas desde a Inglaterra. Não gosta de grande área. Não entra.
Anderson nunca passou de um coadjuvante, bom reserva, jogador de grupo num dos históricos times do Manchester United. Anderson é o atleta gaúcho que mais ganhou títulos de campeão. Precisaria comprar uma quitinete só para acomodar suas faixas, taças e medalhas.
Anderson voltou em fevereiro passado depois de quase 10 anos no Exterior. Em um ano, não conseguiu fazer grandes jogos em várias posições do meio de campo. As desculpas pelas más jornadas encheriam um jornal inteiro. Anderson não dá mostras de ser um grande jogador, uma exceção. Esse é o problema. A torcida aguardava um superstar. O que se observa é somente um bom jogador, mas com dificuldades de manter uma regularidade aceitável.