Clubes eliminados do Gauchão refazem planejamento e obrigam muitos jogadores a buscar emprego

A rodada de domingo do Gauchão encerrou a fase classificatória e abriu a temporada de incertezas para boa parte dos jogadores. Os oito clubes eliminados refazem planejamentos, voltam à realidade de poucos recursos e promovem mudança radical nos times. O que força dezenas de jogadores a pegar a estrada atrás de emprego.

A Federação Gaúcha de Futebol reserva para o segundo semestre a Copa FGF. Mas nem o calendário serve de estímulo para alguns clubes. O Avenida espera eleições no meio do ano para decidir se fecha e espera a Divisão de Acesso 2013. O São Luiz, de Ijuí, também deve voltar só no próximo ano. O Santa Cruz toma caminho oposto. Decidiu manter o futebol no segundo semestre depois de muitos anos. Quase caiu neste ano e aprendeu que começar do zero em novembro é convite ao rebaixamento.

- O alerta foi dado e decidimos agir - disse o presidente Leo Schwingel.

Como a Copa Hélio Dourado começa só em agosto e os investimentos são parcos, o mercado da Segundona fica atraente. Muitos já começam o Gauchão de contrato assinado com clubes da Divisão de Acesso, nome pomposo da competição. Caso do centroavante Sandro Sotilli. Aos 38 anos, ele se apresenta ao Passo Fundo depois de passagem opaca pelo São Luiz.

- Passo Fundo é minha casa, onde mora a minha família - diz Sotilli, 110 gols em 16 anos de Gauchão.

Só que gol não garante emprego para todos. É o caso de Juba, artilheiro do Gauchão com 10 gols. O Novo Hamburgo espera pela definição do Veranópolis sobre a vaga na Série D para planejar o segundo semestre. Juba tinha tudo para curtir o primeiro dia de folga tranquilo no Vale do Sinos. Mas ainda não sabe se precisará refazer as malas. Hoje o clube começa a definir o futuro do grupo. Resta a Juba e a mulher, Daniela de Andrade, esperar.

- É complicado, não sabemos para onde vamos. Houve sondagens, mas nada concreto. O que eu quero é jogar - desabafa o centroavante.

*Colaboraram Luane Magalhães e Roberto Witter