Não foi a despedida que os brasileiros esperavam. Triste, porém serena, a Rainha Marta lamentou que o seu último ato em Copas do Mundo tenha sido marcado por uma frustrante eliminação na fase de grupos. Porém, apesar da queda precoce no Mundial, a atacante de 37 anos deixou claro que vê uma boa perspectiva para o futuro do futebol feminino brasileiro nos próximos anos.
— O futebol feminino não acaba aqui. A gente precisa entender isso. Temos de lidar com as críticas, e a vida que vai seguir. Não era, nem nos meus piores pesadelos, a Copa que eu sonhava. Mas o povo brasileiro pedia renovação e está tendo a renovação. A maioria do time é de meninas talentosas, com um caminho enorme pela frente. Termino aqui, mas elas continuam. Para mim é o fim da linha agora, para elas só o começo — declarou.
Na zona mista pós-jogo do Estádio Retangular de Melbourne, Marta era a mais serena. Enquanto atletas como Antônia e Ary Borges não conseguiam segurar o choro, a camisa 10 citava a cada resposta uma mensagem positiva para o futuro da Seleção e do futebol feminino brasileiro.
— É um baque muito forte porque a gente sai de uma Copa num momento muito precoce. Isso pode abalar, lógico. E a gente precisa estar do lado delas, incentivando, mostrando que elas precisam estar com a cabeça erguida, seguir em frente, porque o trabalho está só começando e elas têm muita, muita coisa pela frente — completou.
Por fim, Marta citou as chances desperdiçadas, a retranca da Jamaica e o aspecto emocional como as principais causas da eliminação.
— O futebol é jogado e a gente tentou do começo ao fim. Buscamos o gol, mas a bola não quis entrar. Faltou ainda um pouquinho mais de paciência para tentar manter a posse da bola perto do gol delas. Porque toda vez que a bola saía, elas demoravam muito tempo para colocar a bola no jogo. Faltou paciência. Estávamos muito confiantes, sabíamos que tínhamos condições, mas infelizmente na hora da definição, a gente não foi tão precisa. Futebol é isso — analisou.
Como o esperado, Marta foi a mais requisitada pelos jornalistas para entrevistas. Por isso, acabou sendo a última atleta a entrar no ônibus que conduziu a delegação da Seleção do estádio ao hotel. Encerrava ali uma Era do futebol feminino brasileiro.