Fui ao lendário Souq Waqif. Um local que durante séculos foi espaço para encontros dos beduínos que habitavam a região. Sou gaúcho, e nome composto vira nome único. É tipo ir a um show da Comunidade (Ninjitsu), passear no Brique (da Redenção), comer um xis na Lanchêra (do Parque) e por aí vai. Vou chamar o local de Souq.
No Souq é possível fazer uma imersão na cultura do Catar, comprar as tradicionais lembrancinhas, fumar o narguilé (aqui eles fumam aos montes e não estão nem aí caso alguém se incomode com a fumaça) e jantar em bons restaurantes. Inclusive beber bons drinques. Obviamente, sem álcool. E essa tem sido uma das polêmicas da Copa do Mundo.
Sou adepto do jornalismo gonzo, me misturo com as ações. É isso que estou fazendo no Catar. Escolhi um restaurante, soltei a mochila e repousei após mais de 25 mil passos num único dia. Fui muito bem atendido por um sujeito chamado Norman, um homem que veio do Quênia para trabalhar por três meses durante o Mundial.
Abro o cardápio, escolho um sanduíche maravilhoso com carne de cordeiro. Uma delícia sem condimentos. Pausa. Se um dia vieres para Doha, cuidado com os condimentos. Seguindo. Encontro a carta de drinques. Uma afronta. Na arrancada, virgin mojito.
Saudade do Bigode
Eu sou um cara que respiro alto para não me chocar. Decidi não ler as outras opções. Vai que eu encontro uma caipirinha sem alma. Logo eu, apaixonado pela caipira do Bigode, em Nova Tramandaí.
Pedi o mojito, mas tive um conflito interno muito forte. Porém, lembrei o que vim fazer aqui. Viver. O drinque é ruim, caro leitor. Uma água gaseificada e sem vida. Uma afronta àquele lugar maravilhoso, que vive dias de verdadeira Torre de Babel.
Voltarei sempre que puder ao Souq. Mas jamais pelo mojito virgem. Esse não chamo nem de virgin, nem de mojito. Prefiro esperar e me esbaldar no Quiosque do Bigode.