— A gente assume que o Brasil, sim, é um dos favoritos.
Assim o técnico Tite definiu a condição que a Seleção Brasileira chega para a Copa do Mundo deste ano. O comandante admitiu, na entrevista após o anúncio da lista de 26 jogadores que irão ao Catar, no início da tarde desta segunda-feira (7), que o Brasil está entre os principais postulantes ao título, mas alerta que esta posição não diz nada em relação a resultados.
— Estamos focados em fazer o melhor trabalho possível. Sempre são colocadas três ou quatro seleções no mais alto nível. O torneio tem características específicas. Com um jogo só (a partir das oitavas), a margem de erro fica pequena — ressaltou o treinador.
O fato de a Seleção Brasileira não ter enfrentado adversários europeus ao longo da preparação para o Mundial também foi questionado. Tite lamentou e afirmou que, sim, este será um prejuízo. Mas não apenas para o Brasil:
— Prejudica, sim, a Seleção Brasileira. Mas prejudica também as seleções europeias, porque eles não enfrentam as seleções sul-americanas.
Quanto aos principais adversários na briga pelo título, o treinador, assim como a comissão técnica, preferiu não opinar. O discurso foi de que os rivais analisados neste momento são Sérvia, Suíça e Camarões, os três que integram o Grupo G da Copa do Mundo junto ao Brasil.
— Paralelamente às nossas convocações, observamos muito Sérvia, Suíça e Camarões. O foco é em cima destas três seleções. Não conseguimos olhar para França, Alemanha, Inglaterra, Espanha, Argentina com adversários na frente. Focamos nestas três seleções. Temos um trabalho estabelecido, com observadores vendo times que podemos enfrentar se passarmos da primeira fase. A gente tem no nosso grupo duas equipes de nível médio europeu jogando muito, a Sérvia e Suíça — salientou o auxiliar Cléber Xavier.
Tite ponderou que há, sim, acompanhamento de todas as seleções. Mas que o principal é estar focado na própria seleção, na preparação que vem desde a eliminação no Mundial de 2018.
Aliás, ao ser perguntado sobre a Seleção Brasileira chegar mais "pronta" para a Copa do Catar do que chegou à Rússia, Tite destacou que sim, mas que era injusto fazer essa comparação.
— Aquele ciclo era de recuperação. São diferentes. Hoje, é um processo inteiro, de quatro anos. Agora, nós erramos mais, convocamos mais, vimos mais aspectos táticos. Mas agora, sim, por todo esse processo de trabalho, muito mais tranquilo, em paz, confiante, chegamos melhores. Quer dizer que vamos ganhar? Não estou dizendo isso, mas chegamos mais fortes, mais estruturados, com possibilidades maiores por estarmos mais entrosados — afirmou o comandante.
A Seleção, agora, espera os atletas para um curto período de treinos no CT da Juventus, em Turim, na Tália, entre os dias 14 e 19 de novembro. Em seguida, viaja a Doha, no Catar, para se aclimatar ao país até o dia 24, data da estreia no Mundial, contra a Sérvia, no Estádio Nacional de Lusail.