Oi, tudo bem por aí? Talvez, você já me conheça. Da TV? Do rádio? Mas eu já estive por aqui também, viu? Já escrevi alguns textos. Só que, agora, tenho uma coluna para chamar de “minha”, o nosso ponto de encontro.
De qualquer forma, pode ser que estejamos em nosso primeiro contato. E desde já quero dizer: vai ser um grande prazer te encontrar todos os dias. Aliás, para evitar confusão, deixa eu te contar uma coisa. Aqui é a Kelly Costa — "a guria do esporte". Embora muitos me dêem a honra de ser confundida com minha xará Kelly Matos, da política, somos duas pessoas diferentes. Acreditem.
Então, eu, Kelly Costa, do esporte, acabo de iniciar a maior aventura da minha carreira de jornalista esportiva. Estou na Copa do Mundo. Um sonho absolutamente incrível em plena realização. E aqui, neste espaço, como vem diz o nome, vou "catar" e trazer pra vocês muitas histórias aqui de terras árabes.
Na quinta-feira, quando saímos do Brasil, a primeira experiência, no aeroporto, já foi um turbilhão de sensações. A saudade antecipada de quem fica, o choro de emoção ao abraçar mãe, pai, irmão, namorado. Sentimentos que dividiam espaço no mesmo corpo em que o coração batia forte, tomado pela expectativa do que viria ao cruzar o portão de embarque.
Começou
Naquele momento, é como se soasse o apito inicial. A Copa, de fato, começou quando embarquei – e mergulhei de corpo e alma no maior evento de futebol do planeta. Enxuguei as lágrimas, respirei fundo e já me sentia pronta.
No aeroporto de São Paulo, a torcida brasileira fazia festa. No avião para Doha, a provocação aos argentinos rolava solta. Foram 14 horas de viagem até chegarmos na capital do Catar e antes que vocês me perguntem, não, a torcida não veio cantando de lá aqui - ainda bem.
O pouso no Catar já foi de tirar o fôlego. Debaixo dos nossos olhos, deserto e mar, nos recebendo com um abraço. Também enxergávamos alguns dos estádios, sedes dos jogos. O Lusail palco da grande final da Copa do Mundo, com capacidade para 80 mil pessoas, é muito lindo visto de cima. Aqui, o Brasil vai jogar duas vezes nessa primeira fase, contra Sérvia e Camarões. É inspirado na lanterna fanar, com seu contorno todo dourado e cheio de detalhes, tem a proposta de fazer com a que luz e sombra tenham uma boa interação. Não é incrível?
Em terra firme, prédios altos, luxuosos, com uma arquitetura muito moderna e imponente, impressionam. Aqui, estamos na região chamada de West Bay , ou baía oeste, que fica às margens do Golfo Pérsico, em Doha. Os craques da Copa do Mundo todo foram estampados em fachadas enormes. Nosso camisa 10, Neymar Jr é um dos gigantes que estão aqui. Parte disso, confesso, já tinha visto em imagens e reportagens, mas é indescritível a beleza de tudo vendo de perto.
E é curioso porque quando pensamos na extensão de Doha, 132 quilômetros quadrados, estamos falando de uma capital que tem o mesmo tamanho da cidadezinha gaúcha de Benjamin Constant do Sul, que fica no norte do Rio Grande do Sul. Mas, gente, não é possível que isso tudo caiba dentro desse tamanho. Sério.
Ah, vai te Catar
Não bastassem as boas surpresas da chegada, no meu primeiro dia de entradas ao vivo para a RBS TV, sem ter minha amiga e parceira Alice Bastos Neves junto comigo, fui destinada para o palco do jogo de abertura da Copa.
Na reunião da manhã, às 11h aqui do Catar, 5h aí do Brasil, o chefe da nossa delegação, o gerente de esportes do Grupo RBS, Tiago Cirqueira, disse: "Kelly, tu vai para o Al-Bayt hoje, entrar ao vivo".
Imediatamente pensei: "ah, vai te catar que de cara eu vou pro estádio que eu achei o mais bonito da Copa?". Claro que não mandei meu chefe "se catar", né? Mas é que parecia até uma brincadeira. Perguntei: "é mesmo?". Ele disse: "sim". Abri um sorrisão, peguei minha mochila e fui. A Copa do Mundo do Catar começou legal demais, meus amigos.