Contratada pela CBF há cerca de duas semanas para assumir o comando técnico da Seleção Brasileira feminina, Pia Sundhage assistiu ao primeiro jogo em solo brasileiro neste sábado (17), em Porto Alegre. A sueca esteve presente no empate do Inter com o Flamengo no Estádio Passo D'Areia, pela primeira partida das quartas de final do Brasileirão Feminino A1.
Na próxima terça-feira, Pia anunciará as atletas que disputarão o Torneio Internacional de Futebol Feminino contra Argentina, Chile e Costa Rica. Será a primeira convocação da nova treinadora.
— Foi um jogo interessante, mas (o estilo de jogo) é muito diferente do que vejo na Suécia. Mas eu gostei muito — disse, após a partida na Zona Norte.
Sundhage também falou sobre os próximos passos da Seleção. Segundo ela, o próximo foco é a disputa dos Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio. Com três medalhas do torneio, incluindo duas de ouro, ela comentou o desenvolvimento das atletas em solo brasileiro. Atualmente, as seleções de base sub-17 e sub-20 da categoria estão sem treinadores.
— Falamos sobre o quanto isso é importante (contratar técnicos para a base). É preciso definir os técnicos das jovens jogadoras. Porque, de onde eu vim, penso que éramos muito bons no desenvolvimento de jogadoras. Na Europa, principalmente. Queremos resolver isto o mais rápido possível — destacou.
Beatriz Vaz, que acompanhou Pia em Porto Alegre, será mantida como auxiliar da Seleção. No entanto, em sua entrevista de apresentação, a sueca admitiu a vontade de contar com mais uma auxiliar, também estrangeira. O nome, no entanto, ainda não foi definido.
— Não tenho 100% de certeza da pessoa que pode vir, mas é como falei na entrevista de apresentação, respeito o que as comissões brasileiras fizeram antes. O Brasil tinha uma grande comissão técnica. Eu conheci eles e fiquei muito feliz com algumas coisas que discutimos. Agora, para que eu possa dar meu melhor, preciso de alguém que também fique confortável trabalhando comigo. Eu preciso conhecer essa pessoa muito bem. Acho que em pouco tempo vamos ter um nome, mas neste momento não temos ninguém definido — revelou.
Por fim, tática. A técnica da Seleção traçou um comparativo dos jogos que já assistiu no futebol brasileiro, jogos recentes do Brasil e equipes que já treinou. De acordo com ela, a técnica acima da média das brasileiras é algo a ser explorado a longo prazo.
— Quando você fala em futebol brasileiro, eu penso na Seleção. Se você olhar o jogo contra a França, foi um grande jogo, elas demonstraram um grande potencial. Mas, se você olhar o jogo contra a Austrália, não foi tão bom. Existe uma grande diferença quando as brasileiras aparecem em grandes jogos e atuam em um alto nível. Mas, quando isso não ocorre e não jogam como uma equipe, não é bom o suficiente. Então, precisamos atuar como um time, independentemente de quantas estrelas temos. A grande diferença com relação aos Estados Unidos e a Suécia, é que as brasileiras têm mais técnica, isso me dá mais chances de mudar um pouco o estilo — analisou.