Entre muitos torcedores brasileiros, há um entendimento de que um jogador que usa chuteiras pretas é "raiz" e merece respeito. Com a exceção de um símbolo azul e rosa que faz parte de uma campanha pela igualdade de gênero chamada Go Equal, Marta usou calçados pretos e sem patrocinadores esportivos na última quinta-feira (13), na derrota do Brasil para a Austrália por 3 a 2.
Após a partida, o empresário da camisa 10 confirmou que ela não tem patrocínio de nenhum fornecedor esportivo, porque não houve uma proposta que fosse considerada à altura do que Marta representa para o futebol mundial. Por esse e outros motivos, ela comemorou seu gol de pênalti pedindo por igualdade no esporte.
Essas causas são importantes para Marta, que é embaixadora global da ONU Mulheres. Em abril, por exemplo, o blog Dibradoras publicou que a craque recebe em um ano o equivalente ao que Borja, do Palmeiras, ganha em três meses de trabalho.
A movimentação da atacante pode abrir caminho para as atletas mais novas, bem como a visibilidade recém-conquistada pela Copa do Mundo feminina. Andressinha, por exemplo, revelou que tem recebido algumas propostas em 2019, algo que não ocorreu na última edição do torneio, em 2015.
— Esse ano, teve umas três ou quatro. Isso só para mim, fora as outras que tiveram outras oportunidades. Não é exatamente patrocínio, mas um acordo para você aparecer para fazer uma propaganda para eles. É remunerado, né? E é algo que eu não tinha em 2015 — explicou a meio-campista.