O jogo interessava apenas aos ucranianos. Mas o Shakhtar Donetsk lançou para o mundo uma pergunta semelhante à que foi feita em 2009 pelo ex-colunista de Zero Hora Wianey Carlet, que morreu em 2017.
— Messi? Não, esse é o Taison — brincou o clube da Ucrânia em seu Twitter oficial, no sábado passado, após vencer o Zorya por 2 a 1.
Taison, de fato, lembrou Messi ao driblar quatro marcadores pela esquerda e, quase sem ângulo da linha de fundo, chutar para o gol. Garantiu a vitória do Shakhtar aos 43 minutos do segundo tempo e uma vaga entre os 23 convocados de Tite para a Copa do Mundo da Rússia.
— Fico feliz de reencontrar o Tite, foi o meu primeiro treinador no Inter, me ajudou bastante. Estou feliz, espero que a gente possa ter muitas felicidades juntos como tivemos no Inter. Não tenho palavras para falar dele, uma pessoa muito rígida no trabalho, sempre cobra muito, sempre foi assim. É um técnico que ficou marcado na minha carreira porque me levou para o meu primeiro Gre-Nal. Ele chegou no Inter, me puxou da base e me colocou no clássico. Respeito muito ele — afirmou Taison após sua primeira convocação sob o comando de Tite.
Criado na periferia de Pelotas, no sul do Estado, o gaúcho de 30 anos ouviu que defenderia a Seleção pela primeira vez em 2016, também com a comissão técnica atual. Trabalhar com Tite, aliás, não é novidade para Taison. Foi com o treinador da Seleção na casamata do Inter que o atacante franzino de 20 anos começou a ganhar espaço. Estreou em 2008 com a camisa colorada e ganhou destaque pela velocidade, habilidade e seus gols no ano seguinte, pelo Gauchão e Copa do Brasil. Seu ponto alto no Beira-Rio aconteceu em 2010, já sob o comando de Celso Roth, em que foi uma das peças fundamentais na conquista da Libertadores daquele ano. Destaque que rendeu R$ 13,4 milhões aos cofres do Inter pela venda da jovem promessa ao Metalist.
Eleito melhor contratação do futebol ucraniano em 2011, Taison reforçou o rival Shakhtar Donetsk dois anos depois por 15 milhões de euros, frustrando o Chelsea, que tinha interesse em contratá-lo. De lá para cá, sofreu com o rebaixamento colorado no Brasileirão e cogitou voltar a Porto Alegre. Sem a liberação do clube detentor dos seus direitos, manteve-se em alto nível no futebol ucraniano, chamando a atenção de Tite.
A partir do dia 17 de junho, na estreia do Brasil contra a Suíça, será possível levantar a pergunta novamente: Taison ou Messi? Ao menos na Copa do Mundo.