O Avaí remava contra a maré e, apesar de toda a pressão, mantinha o técnico Gilson Kleina no cargo. Porém, a paciência da diretoria na espera por melhores resultados acabou. Motivada pela insatisfação crescente do vestiário azurra com o treinador, o clube rescindiu o contrato com Kleina na noite desta terça-feira, como informou com exclusividade o colunista do DC Roberto Alves.
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A notícia foi uma surpresa, afinal, no dia anterior o presidente avaiano, Nilton Macedo Machado, declarou que o técnico comandaria o time até o final do Campeonato Brasileiro. Porém, a pressão dos jogadores foi maior. O grupo estava insatisfeito com a instabilidade de Gilson Kleina, que apostava em uma equipe a cada rodada. A maioria dos jogadores não gostava quando o treinador mudava de convicção jogo após jogo. Um exemplo foi a decisão dele de não usar o volante Adriano no lugar de Renan, que antes da partida com o Atlético-PR sentiu dores nas costas e foi cortado. Adriano seria a escolha natural, pois é o único volante de marcação do elenco além de Renan, mas Kleina preferiu usar o atacante Anderson Lopes, abrindo demais o time.
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O treinador esteve próximo de ser demitido há aproximadamente um mês, porém, alguns membros da diretoria preferiram apostar na sequência, acreditando que o trabalho dele voltaria a dar resultado. No entanto, o efeito foi contrário e o clube entrou na maior sequência sem vitórias da temporada - com sete jogos sem saber o que é comemorar um triunfo.
Santo de casa terá que fazer o milagre
Diante da situação complicada, a diretoria decidiu conversar com o treinador, que entendeu a situação e amigavelmente rescindiu o contrato com o Leão.
- Foi uma decisão conjunta nossa com o Gilson. Uma rescisão amigável e sem brigas. Uma coisa de gente adulta e séria, como o Gilson é. Estamos fazendo isso em defesa do clube e da instituição e acreditamos que esse fato novo possa nos ajudar - explicou Macedo Machado.
Com a saída de Gilson Kleina, o auxiliar técnico fixo do clube Raul Cabral assumirá o time interinamente até o final da competição e terá a missão, junto com os jogadores, de livrar o clube da queda.
- São apenas quatro partidas até o final do campeonato e não precisamos correr atrás de um técnico. Ele conhece muito bem o clube e os jogadores e está ali para isso (assumir o clube) - completou o mandatário azurra.
A favor de Raul Cabral está o relacionamento com o elenco. Os jogadores gostam dele, que antes de voltar ao clube como auxiliar foi técnico da base durante anos. Essa é a aposta da diretoria: que a mudança de clima possa salvar o time da degola.
Cabral já comandou a equipe neste ano na derrota para o Marcílio Dias por 2 a 1, pela terceira rodada do Quadrangular do Rebaixamento do Campeonato Catarinense. Além disso, na temporada passada ele treinou a equipe em quatro jogos - duas vitórias, um empate e uma derrota na Série B -, antes de Geninho assumir o clube e levar o Leão à Série A.
A reportagem tentou falar com Gilson Kleina, mas o celular do treinador estava desligado durante toda a noite.
Adeus
Críticas dos jogadores na condução do trabalho e maus resultados derrubaram Kleina no Avaí
Treinador comandou o clube em 41 partidas neste ano
André Podiacki
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