Dois meses após se despedir, Felipe Massa prepara sua volta à Fórmula-1. Mas engana-se quem pensa que o piloto de 35 anos não sabe largar o osso. O provável retorno é motivado por três palavras: gratidão, esperança e mudança.
Quando a Ferrari lhe dispensou em 2013, Felipe rumava para o ostracismo. Foi quando a Williams, penúltima colocada naquele campeonato, lhe abriu as portas. Em 2014, o time acertou a mão no carro com o novo regulamento. Massa fez pole, foi ao pódio e quase venceu. Renasceu na F-1 e guardou a gratidão.
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A Williams seguiu no top 5 em 2015 e 2016, mas perdeu fôlego. Ao sair, Felipe citou o fato de não brigar por vitórias. O substituto foi anunciado: o canadense Lance Stroll, 18 anos. Um bom piloto, mas que tem como maior capital o “paitrocínio” de Lawrence Stroll, bilionário da indústria de roupas, 722º homem mais rico do mundo e fã de corridas.
Mas aí o campeão Nico Rosberg surpreendeu e abandonou a carreira. Ex-companheiro de Massa, Valtteri Bottas virou o favorito para a vaga e, com apenas um novato, a Williams saiu em busca de um piloto experiente.
Retorno agrada ao chefão da Fórmula-1
Massa foi visto, então, como esperança. E percebeu que, com o dinheiro de Stroll e o desconto milionário no fornecimento de motores dado pela Mercedes para ter Bottas, a Williams terá estofo para repetir 2014 e, quem sabe, dar o pulo do gato com o novo regulamento de 2017.
Ao ser convidado, Massa ainda deparou com uma mudança decisiva para quem corre em time médio: o status de número 1. Até então, dividia tudo com Bottas. Agora, largaria com prioridade.
Nos bastidores, a ida de Bottas à Mercedes e o retorno de Massa são dados como certo. Também agradam ao chefão da F-1, Bernie Ecclestone, que quer um piloto combativo ao lado de Lewis Hamilton e um brasileiro no grid – há incerteza sobre o futuro de Felipe Nasr. O anúncio deve ser simultâneo, nos próximos dias.
No contrato que Massa já teria assinado, haveria uma cláusula: só volta se Bottas sair. A exigência faz jus ao tripé de palavras. Afinal, só assim poderá devolver a gratidão de 2013 e aproveitar a mudança de agora com a esperança de bons resultados.
Dança das cadeiras
A situação de Massa – A quase certa escolha de Valtteri Bottas para o lugar de Nico Rosberg na Mercedes fez a Williams recorrer ao brasileiro para ter um piloto experiente ao lado do estreante Lance Stroll, de 18 anos.
A situação de Nasr – Apesar de ter marcado os dois únicos pontos da Sauber em 2016, o brasileiro foi preterido por Pascal Wehrlein. pupilo da Mercedes e que até chegou a ser no time alemão. Agora, só lhe resta tentar a Manor, que costuma “vender” as vagas por patrocínio. Ele disputa espaço com o mexicano Esteban Gutiérrez e com o indonésio Rio Haryanto.