Faisal Karam (PSDB), ex-secretário da Educação do governo Eduardo Leite, entende que a volta das aulas presenciais obrigatórias no Rio Grande do Sul deveria ter sido determinada pelo Palácio Piratini há mais tempo. Hoje deputado estadual, Karam entende que os alunos deveriam ter sido chamados às escolas assim que se iniciou a última queda nos indicadores da pandemia - o que vem ocorrendo desde agosto.
– Eu entendo que a volta obrigatória às aulas já deveria ter ocorrido há bem mais tempo. A partir do momento que a curva começou a cair. A gente entende os argumentos do Cpers, mas nada disso é mais importante do que o aluno presencial, porque temos um abandono enorme. Os riscos existem todos os dias. As pessoas estão convivendo, as praias estão cheias. Poderemos ter casos entre alunos e professores, mas está dentro da margem de risco que precisa ser administrada – disse Karam.
O ex-secretário defende que, mesmo que haja pouco tempo de aula até as férias de verão, há benefício no retorno das aulas para garantir o vínculo entre alunos e professores.
– A gente está terminando o ano letivo em um mês e meio. O que o aluno vai recuperar neste período? Muito pouco. Mas é fundamental a retomada para não ficar para depois das férias. Imagina o aluno ficar mais três meses distante. Gera afastamento, desinteresse – disse Karam, que foi substituído por Leite em março, dando lugar à atual secretária Raquel Teixeira.
Karam é autor de um projeto de lei para tornar permanente o ensino híbrido no Rio Grande do Sul. Segundo o deputado, a proposta não contraria a retomada obrigatória, uma vez que as atividades remotas seriam complementares, não afetando as horas-aula presenciais já estipuladas em lei.
As aulas presenciais se tornam obrigatórias no Rio Grande do Sul a partir da próxima segunda-feira (8). Pela nova regra, todos os alunos da Educação Básica deverão voltar às salas de aula – exceto aqueles que apresentem atestados médicos indicando a impossibilidade de retorno presencial.
O protocolo de distanciamento segue em vigor, obrigando espaçamento mínimo de um metro entre os alunos em sala de aula. As turmas ou escolas que não conseguirem garantir a retomada de 100% dos alunos com esse espaçamento devem manter o rodízio nas turmas, com ensino híbrido.