O Fies, programa do Ministério da Educação (MEC) de financiamento estudantil para cursos de graduação em faculdades, institutos e universidades privadas, abriu inscrição nesta terça-feira (25).
Os interessados terão até 1º de julho para garantir a inscrição. Ela será feita exclusivamente no site do programa federal.
O fundo tem duas modalidades de financiamento, que variam conforme a renda familiar do estudante. A cobertura começa com 50% de subsídio e atinge até 99% do valor do curso pretendido.
Na primeira modalidade, poderão se inscrever os estudantes com renda per capita de até três salários-mínimos, o equivalente a R$ 2.994. A segunda modalidade contempla os estudantes com renda per capita mensal familiar de até cinco salários-mínimos (R$ 4.990).
Além do critério de renda, os tomadores do financiamento terão de ter nota mínima de 450 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e não ter zerado a prova de redação. Quem tiver a maior nota média do Enem, segundo o MEC, tem mais chance de obter o crédito.
Os selecionados farão o contrato de financiamento entre os dias 10 e 12 de julho. Uma lista de espera será formada entre os dias 15 de junho e 23 de agosto.
O Fies enfrentou neste primeiro semestre a pior taxa de ocupação desde 2016, quando o programa passou a registrar um número definido de vagas disponíveis ao crédito.
Das 100 mil vagas ofertadas, apenas 38,7% foram preenchidas, de acordo com o FNDE (órgão do MEC responsável pela gestão do financiamento federal).
Problemas no primeiro semestre
Em março, muitos estudantes tiveram dificuldades para formalizar novos contratos do Fies. O MEC precisou estender o prazo de finalização da tomada de crédito por várias vezes depois de verificar que erros num sistema estavam barrando as novas contratações.
A chamada única do Fies para o primeiro semestre deste ano saiu em 25 de fevereiro. Os estudantes tiveram entre 26 de fevereiro e 7 de março para complementar a inscrição com documentos que atestam que eles preenchem os requisitos do programa federal. Foi nessa etapa que os alunos tiveram problemas.
Reportagem do jornal Folha de S.Paulo mostrou que parte dos alunos ficou impedida de frequentar as aulas, que já haviam começado há mais de um mês, e até de fazer as provas.
Eles disseram que chegaram a fazer périplos diários por quase um mês em agências bancárias e instituições de ensino na tentativa de resolver a questão.
O problema ocorreu principalmente na obtenção do Documento de Regularidade de Inscrição (DRI) ou de Regularidade de Matrícula (DRM), necessários para a contratação ou continuidade do financiamento.
Por falha na transmissão de dados do governo federal, as instituições de ensino não estavam conseguindo emitir o documento.
Por meio de nota, o FNDE disse na ocasião que as falhas ou problemas em seus sistemas podem levar o MEC a prorrogar o prazo de conclusão da inscrição para até 30 de junho.