Com os objetivos de incentivar uma alimentação mais saudável aos alunos e de mostrar de onde vêm os alimentos que chegam à mesa, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Dorival Cândido Luz de Oliveira, no bairro Passo da Caveira, em Gravataí, cultiva uma horta nas dependências da colégio. Porém, desde o plantio até o momento da colheita, o cultivo é de total responsabilidade dos alunos.
O projeto começou com o professor de 4° e 5° anos José Antônio Machado há cerca quatro anos. Com a ideia de reciclar garrafas pet, os alunos da época construíram floreiras e plantaram morangos.
A partir disso, trataram de assuntos como agrotóxicos, tipos de solo e a importância dos legumes e verduras na alimentação. Então, passaram a utilizar um pequeno espaço do pátio da escola para montar a própria horta.
– Com a horta, os alunos desenvolvem diversos aspectos e habilidades. Sobre ter uma alimentação mais saudável, a ter um cuidado com o que é deles. Até a matemática foi possível incluir, ensinando eles a calcularem a área – afirma José.
Rabanete
Também é possível verificar uma mudança na alimentação dos alunos.
– Antes, muitos deles não comiam verduras nem legumes. Agora, já comem – conta o professor.
Neste ano, o projeto foi expandido para todas as turmas da escola. Cada uma é responsável por um canteiro, que atualmente conta com alface, couve, espinafre, repolho e diversos temperinhos, além da plantação de morango e também de um espaço para chás. Tudo o que é cultivado é utilizado na merenda dos alunos.
– Não é um espaço grande, mas já dá uma noção para os alunos do que é uma horta e de como é feita – destaca José.
Em maio deste ano, a professora do 2º ano, Fabiana Milanezi, trabalhou a horta com os alunos na teoria e na prática. Fabiana contou a história
O Grande Rabanete e levou o legume para os alunos elaborarem uma salada. Depois, a turma plantou um rabanete e foi acompanhando a evolução em uma linha do tempo. Ao final, os pequenos fizeram uma salada com o rabanete que eles mesmos plantaram.
– Eles adoraram a atividade. Além de verem de onde vem o alimento, eles sentiram a diferença no sabor do rabanete que eu trouxe e o que foi plantado, sem nada de agrotóxicos. Muitos nunca tinham experimentado – diz Fabiana.
Fruta no lugar da bolachinha
Com as atividades, a escola incentiva os alunos a terem uma alimentação mais saudável e a não levarem para o lanche alimentos industrializados. O que antes eram bolachinhas recheadas e refrigerantes, hoje são frutas e sucos naturais.
– Agora, eles mesmos cobram uns aos outros quando alguém traz uma comida industrializada – aponta a professora.
Aluno do 4º ano, João Junior, 12 anos, era um mais empolgados com a horta.
– Participei do plantio, ajudei a plantar cenouras, gostei muito. Foi muito legal – diz.
Exemplo em casa
O projeto incentiva também os alunos a levarem os ensinamentos para casa. Os amigos e vizinhos Leonardo Cansiani e Pedro Henrique da Silva, ambos de 10 anos, agora querem plantar uma laranjeira e um limoeiro na frente de casa.
– Assim, não precisaremos nos preocupar em comprar para fazer suco – aponta Pedro.
Além da horta, a escola tem planos para colocar uma composteira e também semear mudinhas para os alunos levarem para plantar em casa.
– É uma iniciativa muito legal. Enquanto tivermos esse cantinho, vamos cultivar. Antes, era um espaço sem nada, que era perigoso para os alunos. Unimos o útil ao agradável – ressalta a diretora, Claudia Coelho.