Educação

Aprender com diversão

Bom humor é aliado na hora dos estudos

Descontração ajuda a espantar a tensão nos períodos pré-testes escolares e ainda pode dar uma forcinha à memória nas provas

Paula Minozzo

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Pena Filho / Agencia RBS

Na reta final dos estudos para as provas do Enem e dos vestibulares é possível quebrar a seriedade na hora de revisar a matéria, e, acredite, isso é benéfico para o aprendizado. Há anos, professores de cursinhos são conhecidos por usar recursos que são cientificamente comprovados para aliviar o estresse e ajudar na memorização de conteúdos: bom humor e descontração.

Não é preciso assistir a grandes esquetes de humor ou partir para a palhaçada. Fazer associações divertidas com as disciplinas pode tornar a rotina de estudos mais leve e produtiva.

Seriados podem ajudar no aprendizado

Filtro emocional para a memória

A educadora americana Mary Kay Morrison se dedica há mais de 20 anos a explorar os efeitos do humor e da diversão na educação e incentiva professores a darem mais risadas com seus alunos. Segundo a pesquisadora e autora do livro Using Humor to Maximize Learning (em tradução livre, Usando Humor para Potencializar o Aprendizado), aprendemos melhor por meio das emoções, que geralmente se tornam negativas durante períodos que antecedem testes.

Com humor é possível utilizar o filtro emocional para armazenar o conhecimento na memória de longa-duração. Uma das principais bandeiras da norte-americana é que se utilize mais diversão e humor como alternativa ao medo que acompanha a preparação para exames escolares.

- Os alunos podem repensar a forma de encarar os estudos para um grande teste. Rir é uma maneira efetiva de conter o estresse e o nervosismo que atrapalham na hora da prova. Cérebros estressados não funcionam bem - explica Mary.

Especialistas dão dicas para tornar a aprendizagem mais prazerosa

Com mais de 45 anos de experiência, o professor de física Filipe Oliveira cria paródias de músicas, como Asa Branca, eternizada na voz de Luiz Gonzaga, para reforçar o conteúdo.

- Com as paródias conectamos o hemisfério lúdico com o hemisfério exato do cérebro. Criar essa ligação com a música torna o conteúdo fresquinho e mais fácil de lembrar - explica Oliveira.

De acordo com o professor e doutor em Filosofia Fábio Mendes, que se dedica a projetos pedagógicos e ensina alunos a desenvolverem o prazer de estudar, o aluno deve buscar associações divertidas para aplicar o conteúdo, mas avaliar se isso não está sendo apenas uma alternativa a um método de ensino que não está funcionando. 

- Para uma aula de cursinho, é sempre importante manter a descontração, mas isso não deve ser uma condição para o aprendizado. Alguns alunos acham que estudar é muito chato, mas, muitas vezes, eles não sabem como fazer isso por conta própria. Por isso, primeiro é preciso ensinar os alunos a estudar - avalia.

Rir (e estudar) na hora do descanso 

Quando bater aquele cansaço, não é necessário fugir do conteúdo para relaxar. O professor de biologia Rubens Oda, da plataforma Descomplica, vê o humor como um incentivo positivo para engajar os estudantes que enfrentam longas horas de estudo. Na sala de aula, paródias e piadas com fórmulas motivam o aluno a aprender mais sobre o assunto.

- Quando o aluno estiver descansado, em vez de abrir um site de comédia na internet, ele pode procurar diversos vídeos curtos para se divertir e aprender. Assistir a algo assim pode servir de incentivo para continuar nos estudos e não se perder no mundo da internet, mas é importante que o vídeo seja de uma fonte confiável.

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