Divulgado no início de abril, o Índice Geral de Cursos (IGC), que calcula a qualidade das graduações e Instituições de Ensino Superior do Brasil, foi recalculado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Com a revisão, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) ficou com a melhor colocação entre as federais.
Esta não é a primeira vez que a instituição gaúcha lidera o ranking entre as federais brasileiras. É, porém, a nota mais alta da sua história: 4,43, sendo 5 a máxima. Segundo a secretária de Avaliação Institucional da UFRGS, Soraya Tanure, o índice foi alavancado pelo desempenho da universidade em seus programas de mestrado.
— Entre número de alunos que entram e que saem, qualidade de informações científicas produzidas e qualidade das pesquisas do corpo docente, os nossos programas de mestrado tiveram, inclusive, um desempenho melhor do que os de doutorado, algo que não se costuma esperar — ressalta Soraya.
A UFRGS obteve o melhor Conceito Médio de Mestrado entre as federais, atingindo nota 4,89 – a máxima é 5. No ranking do Conceito Médio de Doutorado, ficou com a oitava posição, e, no Conceito Médio de Graduação, com a nona.
A instituição gaúcha registrou, ainda, o segundo melhor IGC entre as universidades, atrás apenas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e o 14º melhor do Brasil quando se considera todas as organizações acadêmicas, como faculdades e os centros universitários.
Mudança no cálculo
A UFRGS não foi a única universidade gaúcha a mudar de posição no ranking depois da revisão feita pelo Inep. A maioria perdeu posições: as Universidades Federais de Santa Maria (UFSM), do Rio Grande (Furg), de Pelotas (UFPel) e do Pampa (Unipampa) e as Universidades do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), de Santa Cruz do Sul (Unisc) e de Passo Fundo (UPF) perderam uma colocação, enquanto a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) perdeu duas e a Unilasalle perdeu três.
Outras quatro instituições subiram no levantamento com o recálculo: a Universidade Franciscana (UFN) e a Universidade Feevale ficam quatro posições acima e a Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI) aumentou uma colocação.
Outros estabelecimentos, como a Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e a Universidade de Caxias do Sul (UCS), mantiveram os mesmos lugares no ranking.
Conforme Soraya, pelo que foi possível perceber pelas notas técnicas do Inep, a mudança se deveu a modificações no cálculo do Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD), que avalia o desempenho dos alunos ao entrar na graduação e ao sair. Essa alteração era uma reivindicação das federais, que tendem a receber estudantes já com competências mais altas.
— Esse indicador é a base de todo o cálculo do IGC. Então, quando ele muda, muda o Conceito Preliminar de Curso (CPC) e, por consequência, o IGP lá na frente — explica a secretária.
Com o novo cálculo, em vez de um crescimento de 1,2% no IGC contínuo, a UFRGS teve um avanço de 1,9%, considerado relevante pela instituição.
Empate histórico
Historicamente, a UFRGS compete pelo primeiro lugar com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Normalmente, sai na frente – em 2016, 2017 e 2018, ficou na liderança entre as federais, mas, em 2019 e 2021, acabou com a segunda colocação.
— Costumamos dizer que são universidades irmãs, porque são as mais parecidas, em termos de número de alunos, cursos de graduação, pós-graduação e de professores — observa Soraya.
No levantamento atual, referente a dados de 2022, a gaúcha voltou a ser campeã, com uma diferença de 0,02 no IGC.