A SAP Labs Latin America, centro de desenvolvimento e serviços de suporte na América Latina da gigante alemã de softwares para uso empresarial, recentemente anunciou um investimento recorde para o setor no Estado. Sediada no Parque Tecnológico da Unisinos (Tecnosinos), em São Leopoldo, a empresa aumentou consideravelmente seu número de funcionários nos últimos anos e planeja ampliar ainda mais as vagas de trabalho, Prevê ainda uma atenção especial para os profissionais com algum tipo de deficiência (PCDs).
A multinacional acredita que inclusão e diversidade são elementos essenciais e estratégicos para o sucesso da empresa e de um bom ambiente de trabalho. A filosofia provou-se verdadeira, uma vez que, em 2019, a SAP Labs foi eleita a segunda melhor empresa de TI para se trabalhar no Brasil em ranking da consultoria Great Place to Work. Junto da SAP Brasil foi escolhida a melhor empresa para se trabalhar no Brasil, de acordo com o site de vagas Glassdoor.
— Trabalhamos com três pilares de processos e atividades do Grupo de Diversidade e Inclusão, sendo funcionários voluntários responsáveis por tal. O primeiro seria a contratação de PCDs por meio de uma seleção com base em competências, e com o cuidado para adaptações de acordo com as deficiências para a entrevista. O segundo pilar foca na inclusão e adaptação do ambiente, considerando a infraestrutura e uma comunicação acessível. O terceiro pilar realiza atividades de conscientização aos funcionários para acolher esses colegas da melhor forma e visa o desenvolvimento das Pessoas com Deficiências — explica Sabrina Schmitz, líder Differently-Abled People (PCD) um dos grupos de Diversidade e Inclusão da SAP.
Entre as práticas realizadas, Sabrina destaca o Café com Empatia, onde funcionários são convidados a experenciar um café às cegas para discussão sobre preconceitos e julgamentos. Também acontecem palestras sobre capacitismo — discriminação e preconceito social sofrido por pessoas com alguma deficiência. É claro que a vivência de cada um no trabalho varia de acordo com as suas condições. Por isso, para exemplificar melhor o acolhimento da empresa, convidamos alguns profissionais para contar suas histórias com a SAP. Confira:
Márcia Machado, desenvolvedora
Aos 36 anos, Márcia foi diagnosticada como autista leve, enquadrando-se na Síndrome de Asperger. Chegou à SAP pelo processo seletivo do Autismo at Work, um programa criado especialmente para contratação, adaptação e desenvolvimento de pessoas autistas.
— Me foi perguntado como eu gostaria de fazer a entrevista, o que já é um diferencial. Como na época eu morava em Curitiba, optei por ser entrevistada via Skype. A conversa ocorreu em inglês e a maioria das perguntas foi enviada anteriormente por e-mail para que eu me sentisse confortável em respondê-las. Fui contratada nas mesmas condições oferecidas a qualquer outro funcionário — relembra Márcia.
Márcia é hipersensível sensorialmente. Sons, luzes, cheiros e toques lhe desorganizam. Por isso sua mesa é colocada onde se sente mais confortável e onde a movimentação do escritório não tire sua concentração. Como ScM, ela organiza o trabalho da sua equipe, garantindo que o projeto seja entregue, desimpedindo e guiando o setor onde trabalha — no desenvolvimento e integração do produto Tax Service, no Cloud Innovation & Services.
— Em vários aspectos a SAP tem diferenciais em relação a outras empresas. Aqui eu realmente posso ser eu mesma sem sofrer represálias por isso. Trabalhei em empresas onde por ter uma percepção diferente acabei sendo assediada, incompreendida, sofrendo bullying. Aqui, meu time está ciente das minhas necessidades e procura dar suporte sempre que preciso de auxílio. Meu gerente, Rodrigo Silva, é direto e claro quando conversamos e sempre está disponível para me aconselhar, analisar situações de relacionamento interpessoal e me motivar a sempre melhorar. É um ambiente muito bom para trabalhar — conclui.
Gustavo Saudade, programador ABAP
Desde os nove anos, Gustavo convive com uma perda auditiva neurossensorial bilateral. Hoje, aos 33 anos, trabalha como desenvolvedor de softwares na SAP. Durante a entrevista que levou a sua contratação, não necessitou de nenhuma medida física de acessibilidade, a não ser compreensão da deficiência por parte dos entrevistadores:
— Por se tratar de uma perda auditiva, nem sempre há o que se possa fazer para adaptar momentos de entrevista. Exatamente por isso que a empatia e o preparo por parte do entrevistador se tornam tão importantes. Meu momento de seleção na SAP foi um momento muito agradável nesse sentido, pois os profissionais souberam se colocar diante da minha deficiência, falando pausadamente, com mais volume e permitindo-se repetir quando eu não escutava algo. A sala onde a entrevista ocorreu era propícia também, pois era bem pequena e isolada de ruídos — relembra.
Saudade trabalha a maior parte do tempo desenvolvendo códigos e linguagem de programação frente ao computador. Faz conferências e reuniões em salas adaptadas com tecnologia de áudio e fones de ouvido.
— De todas as minhas experiências profissionais, a SAP foi o único lugar em que encontrei, além de um ambiente adaptado, o mais importe: pessoas e profissionais com a cultura da inclusão. Percebo que há investimento na cultura da acessibilidade e que existem profissionais especialmente engajados nessa missão — compara.
Deisieli Castro, analista de suporte
Cega desde os cinco anos devido a complicações ocasionadas pelo glaucoma congênito, Deisieli trabalha na SAP desde 2018. Iniciou como estagiária e atualmente, é analista de suporte na equipe de Posting & Taxes no setor CO no Product Support.
— Meu processo de contratação foi bem tranquilo. O primeiro contato foi uma rápida entrevista por telefone, a etapa seguinte foi uma entrevista com o gestor da área e com alguns colaboradores da equipe. Tanto o processo de contratação quanto a integração no time foram excelentes experiências — conta.
Ela trabalha oferecendo suporte para os clientes do módulo financeiro do ERP, auxiliando na resolução de incidentes e atendendo clientes pelo chat. Além disso, participa frequentemente de projetos para contribuir para o aprimoramento da acessibilidade e a inclusão no Labs.
— Meu primeiro emprego formal foi aqui na SAP, mas acredito que por ser uma empresa de tecnologia com o valor de inovação muito forte, as mudanças positivas ocorrem em uma velocidade maior e a colaboração e compreensão tanto dos colegas quanto dos gestores é algo que me surpreende positivamente até hoje. Existem várias iniciativas inclusivas na empresa, tais como eventos, projetos, aprimoramentos no prédio, além das iniciativas que partem dos próprios funcionários. Muita coisa já mudou desde que cheguei aqui e eu sou muito grata por todo apoio que recebo a cada dia, especialmente a minha equipe que nunca mediu esforços para que as atividades pudessem ser acessíveis e para que eu pudesse me sentir incluída no time — alegra-se.
Martina Toebe, estagiária
Aos 11 anos, Martina teve um acidente jogando futebol na escola. Após uma série de complicações, foi diagnosticada como pessoa com deficiência física em decorrência de desgaste do quadril direito com encurtamento de membro inferior. Quando foi entrevistada para fazer parte da equipe da SAP, estava em licença maternidade e realizou o processo de seleção por telefone.
— Mesmo sendo mãe de um bebê de quatro meses, a informação em nenhum momento foi tratada como um desafio em minha seleção. Desde a primeira entrevista pessoalmente já fui sendo incluída e apresentada às adaptabilidades que seriam providas para atender as minhas condições — relembra.
Ela atua como estagiária no time de Lifetime Customer Experience, contribuindo no desenvolvimento de vídeos, layouts, templates e páginas internas. O cargo a permite aprender e atuar em conjunto na solução de incidentes relacionados a produtos da SAP, estando em contato com colegas do mundo inteiro e trabalhando com clientes da América Latina. Também faz parte do grupo de DAP (Differently Abled People), no pilar de Inclusive Work no qual é voluntária. A iniciativa se reúne regularmente para solucionar questões de acessibilidade do Labs, tanto físicas como também relacionadas aos softwares e recursos de trabalho.
— Temos muitos treinamentos divulgados semanalmente. Então é impossível não estar sempre aprendendo algo novo, e isso é maravilhoso. A minha parte favorita está no ambiente de trabalho inclusivo e colaborativo. Meus colegas desde o início demonstraram empatia e disposição para me auxiliar em minhas dificuldades.É gratificante acordar pela manhã e saber que estou indo para uma empresa que se preocupa com a minha qualidade de vida e de trabalho. Além disso, conta com programas e benefícios de incentivo a uma vida saudável, preocupa-se diariamente com a acessibilidade e principalmente com o meu desenvolvimento — revela.
Vagas efetivas e de estágio para pessoas com deficiência na SAP Labs em São Leopoldo
As vagas em aberto para trabalhar na SAP podem ser encontradas na página da empresa: clique aqui e confira.