Os 15.234 candidatos que participaram do primeiro dia de aplicação das provas do vestibular 2022 da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), neste sábado (12), responderam a questões de História, Língua Portuguesa, Literatura, Matemática e Redação. Professores convidados por GZH analisaram a redação e as questões da prova desta edição.
Na redação, os estudantes precisaram dissertar sobre a relação entre mudanças climáticas e direitos humanos. O tema proposto parte de uma entrevista da ex-presidente da Irlanda e alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Mary Robinson, em que apresenta aspectos relativos às mudanças climáticas e à consequente ameaça aos direitos humanos. Na redação, o candidato foi convidado a apresentar seu pronto de vista sobre as ideias de Mary Robinson expressas na entrevista, tendo em mente que, hipoteticamente, seu texto concorreria em um projeto cujo vencedor para debater presencialmente com a ex-presidente da Irlanda.
No contexto fictício desse concurso, “o vencedor” seria aquele cujo texto, lido em voz alta para os jurados, melhor dissertasse a respeito das ideias de Mary Robinson, apresentando opiniões bem fundamentadas acerca do tema. A professora de redação Daniela Florão, do curso preparatório Fleming Medicina, destaca que desde 2018 a UFRGS vem adotando essa proposta de contra-argumentação, pedindo que o aluno reflita sobre a análise de outra pessoa sobre um objeto. Ela sublinha que os estudantes que não sabem desta tendência são prejudicados.
Daniela ressalta que os estudantes que se sairão melhor serão aqueles que desenvolveram uma boa argumentação. Conhecimentos prévios sobre questões geográfica envolvendo tensões climáticas também podem somar pontos para os candidatos.
— É uma prova de escrita, mas antes disso é um aprova de leitura. Escreve bem quem tem uma boa interpretação daquilo que foi pedido. Precisa saber contextualizar o leitor sobre o tema, apresentar uma tese, que é o carro-chefe opinativo deve ser apresentado ainda na introdução. Tinha uma abordagem política, econômica e social muito importante — destaca.
Prova padronizada
O professor de Matemática Thiago Nunes, também do Fleming Medicina, comenta que foi surpreendido positivamente. Ele lembra que nesta edição da prova foram aplicadas 15 questões da matéria em vez de 25. Isto porque nas edições anteriores o processo seletivo durava quatro dias. Por isso, a expectativa era de que as questões fossem mais complexas.
Nunes comenta que a UFRGS seguiu o padrão. Ele pontua que as três primeiras questões vieram basicamente nos mesmos moldes dos anos anteriores, abordando logaritmos e frações, matemática básica e funções.
— O aluno que estudou já estava bem familiarizado com essa prova. Retiraram algumas questões, mas na essência estava foi muito boa a prova. Ela requer que o aluno tenha estudado — afirma.
Nunes comenta que, diferentemente do Enem, que foca muito na interpretação, a UFRGS pede mais matemática aplicada.
— Teve questões de grau bem simples. Já por outro lado, teve uma questão de geometria espacial que requer bastante visualização do aluno. A penúltima questão da prova foi uma de estatística bem similar ao Enem que vem sendo aplicada nas últimas edições. Finalizou como sempre com questão de probabilidade sobre um tema atual, neste caso a covid-19 — conclui.