Após duas altas seguidas na margem, o desemprego voltou a recuar no Rio Grande do Sul. A taxa de desocupação ficou em 5,1% no terceiro trimestre no Estado, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua trimestral, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse é o menor patamar para o período na série histórica desde 2013. No segundo trimestre, que pegou o pico da inundação no Estado (maio), o indicador fechou em 5,9%. Já no terceiro trimestre de 2023, estava em 5,4%.
A Pnad aponta que 6,303 milhões estavam na força de trabalho do Estado no período entre julho e setembro deste ano. Dentro desse montante, 319 mil estavam desempregados — 48 mil a menos do que o verificado no trimestre imediatamente anterior.
Já a população ocupada subiu de 5,862 milhões, no acumulado de abril, maio e junho, para 5,984 milhões no terceiro trimestre — recorde da série histórica. Ou seja, 122 mil trabalhadores a mais dentro do contingente de pessoas empregadas.
O coordenador da Pnad Contínua no Estado, Walter Rodrigues, afirma que tradicionalmente o terceiro trimestre costuma apresentar avanço no mercado de trabalho. No caso específico do Estado, o ambiente de reconstrução pós-enchente também pode ter peso nesse processo, segundo o pesquisador:
— Tem toda essa questão de reconstrução, da necessidade de aquisição, de produção de materiais para as construções que foram perdidas. Também tem outra questão que ajuda muito, que são os incentivos, auxílios, que injetam mais dinheiro na economia também.
Rodrigues destaca que parte desse avanço no emprego também ocorre na esteira do aumento da informalidade. O coordenador reforça que o Estado anotou 1,970 milhão de pessoas nessa situação no terceiro trimestre — recorde na série histórica. Em termos percentuais, a taxa de informalidade apresentou alta na margem, atingindo 32,9% da população. No segundo trimestre, estava em 32,5%. Ou seja, um terço da população gaúcha segue na informalidade.
O rendimento médio real mensal, recebido habitualmente pela população ocupada, foi estimado em R$ 3.542 no terceiro trimestre de 2024 — 2,4 menor do que o valor observado no segundo trimestre (R$ 3.629).
País
No país, a taxa de desocupação no terceiro trimestre de 2024 caiu para 6,4% — redução de 0,5 ponto percentual ante o segundo trimestre (6,9%). Esse o menor valor para um terceiro trimestre desde o início da série histórica, em 2012. Na comparação com o terceiro trimestre de 2023 (7,7%) o recuo é ainda maior, com diminuição de 1,3 ponto percentual. O movimento de descompressão registrado no país foi acompanhado por sete das 27 unidades da federação, segundo a Pnad.